PSD, PCP, PAN, BE e Livre defendem aumento do subsídio de risco dos polícias
4 de out. de 2023, 07:10
— Lusa/AO Online
Num debate dedicado ao
aumento dos subsídios de riscos e valorização das carreiras dos
profissionais das forças de segurança, a Assembleia da República
discutiu a proposta de lei da Assembleia Legislativa da Região Autónoma
dos Açores e os projetos de lei do Partido Comunista Português e do PAN.Estava
também prevista a discussão de um projeto de lei do Chega, mas não foi
debatido devido à ausência dos deputados do grupo parlamentar que tinham
abandonado o plenário da Assembleia da República horas antes em
protesto por declarações do presidente do parlamento.A
deputada do PCP Alma Rivera defendeu que a componente fixa do
suplemento por serviço e risco nas forças de segurança deve ser
aumentado para 420 euros em 01 de janeiro do próximo ano, devendo o
valor sofrer uma evolução para 450 euros durante o ano de 2024.Alma
Rivera considerou fundamental a atualização do subsídio de risco dos
elementos da PSP e da GNR, sublinhando que deve ser alterada e fixado
num “montante realmente justo” e seja adequado à missão e à penosidade
das funções.A deputada do PCP recordou que
este aumento é uma das principais reivindicações dos sindicatos da PSP e
a associações da GNR e frisou que existe “uma grande injustiça” em
relação a outros serviços e forças de segurança, designadamente os
inspetores da PJ e do SEF, que recebem um valor superior a 400 euros.
Também a deputada do PAN propõe um aumento da componente fixa do
suplemento por serviço e risco na PSP e GNR para 443 euros e a garantia
de que é atualizado anualmente de acordo com o indexante dos apoios
sociais, bem como uma subida de 20% dos suplementos de ronda ou
patrulha. Inês Sousa Real deu conta que
1.014 elementos das forças e serviços de segurança foram feridos em
serviço no ano passado, o que mostra a “perigosidade e o risco associado
à atividade destes profissionais”, justificando “a valorização e um
reconhecimento".A deputada do PSD Sara
Madruga da Costa considerou “um valor muito aquém do desejado” os 100
euros que são pagos atualmente aos elementos da Polícia de Segurança
Pública e da Guarda Nacional Republicana.Sara
Madruga da Costa considerou que “é urgente avançar para uma revisão” de
todas as componentes atribuídas aos militares da GNR e agentes da PSP,
nomeadamente subsídio de risco e suplementos remuneratórios.“Todas
estas componentes têm de ser revistas com urgência para rejuvenescer e
atrair novos elementos para estas forças. Infelizmente o governo tarda
em responder”, disse.O deputado do Livre
Rui Tavares afirmou que acompanha todos os projetos hoje em discussão e
“não inviabilizará nenhuma das propostas”.A
deputada da Iniciativa Liberal Patrícia Gil Vaz afirmou que se estão a
discutir no parlamento os suplementos das forças de segurança “numa
lógica de leilão de quem dá mais”. Sublinhando
que “todos reconhecem o papel das forças e serviço de segurança”, a
deputada afirmou o debate tem de ser “sério e devidamente fundamentado”.O
deputado do BE Pedro Filipe Soares destacou a “enorme pressão” que os
polícias sofrem desde o início da atividade, como salários e condições
de vida, uma pressão que não muda ao longo da vida, uma vez que têm de
trabalhar por turnos e aos fins de semana, sendo muitas vezes difícil
conciliar a atividade familiar com a profissional.Pedro
Filipe Soares considerou que o debate deve também abranger outras
questões, “porque começa nas condições de trabalho e acaba na saúde
mental”.A deputada socialista Susana
Amador (PS) optou por destacar as medidas do Governo na área da
Administração Interna, como a melhoria das condições de trabalho, a
requalificação das instalações, valorização salarial e soluções de
políticas públicas em termos de alojamento.