PSD/Madeira quer mudar Lei Eleitoral para criar 13 círculos na região autónoma
15 de set. de 2024, 10:34
— Lusa/AO Online
O
governante explicou que o objetivo é substituir o atual círculo
eleitoral único por 11 círculos – um por cada concelho do arquipélago –
para eleição de 47 deputados, criar um círculo de compensação para cinco
deputados e ainda um círculo pela emigração com dois deputados. “É
essencial que a Lei Eleitoral tenha representantes e que esses
representantes sejam identificados em função dos 11 concelhos”, afirmou,
vincando que a criação de um círculo eleitoral por cada concelho é uma
“forma de estimular a participação” dos eleitores e também de
“responsabilizar e prestigiar o parlamento”. Miguel
Albuquerque, que falava à margem de uma visita ao Centro Paroquial e
Social de São Bento, na Ribeira Brava, na zona oeste da ilha, disse que a
proposta do PSD vai ser aprovada na reunião da comissão política
regional do partido na próxima segunda-feira. O
projeto terá se ser entregue no mesmo dia no parlamento regional, pois
corresponde ao limite do prazo estabelecido pela Comissão Eventual para a
Consolidação e Aprofundamento da Autonomia e Reforma do Sistema
Político para os partidos apresentarem propostas de revisão da Lei
Eleitoral para a Assembleia Legislativa da Madeira.O
parlamento regional é constituído por 47 deputados, sendo atualmente 19
do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, um da
IL e um do PAN, mas com base na proposta social-democrata passaria para
54.Miguel Albuquerque admite, no entanto, que haverá dificuldade em avançar com o círculo pela emigração.“Isso
é considerado inconstitucional. Temos de discutir o assunto. Se não for
no quadro da lei atual, discutiremos num quadro próprio no sentido de
garantir a constitucionalidade deste círculo”, disse, vincando que a
criação do círculo pelas comunidades sempre foi um objetivo do partido. Já em relação ao círculo de compensação, esclareceu que o objetivo é evitar o desperdício de votos e garantir a pluralidade. A
proposta do PSD/Madeira prevê também aplicar a lei da paridade no
processo eleitoral e, por outro lado, defende a votação em mobilidade.“As
pessoas podem votar estando em território nacional, em qualquer
distrito do continente, na Região Autónoma dos Açores, ou em qualquer
lugar da Madeira, uma semana antes do ato eleitoral”, explicou.“Isto
é uma lei que obriga a acordos com os outros partidos”, afirmou, para
logo reforçar: “Temos que assegurar uma Lei Eleitoral que assegure a
participação, a responsabilização dos eleitos e, sobretudo, a vontade
dos eleitores e dos cidadãos”.O parlamento
da Madeira não tem, contudo, competência para legislar nesta matéria,
pelo que qualquer proposta de alteração da Lei Eleitoral terá de ser
submetida à Assembleia da República.