PSD/Madeira diz que estão criadas condições para "frente comum de autonomia" com os Açores
10 de nov. de 2020, 12:47
— Lusa/AO Online
“A
decisão do representante dos Açores é uma palavra de esperança para o
aprofundamento das autonomias”, que podem agora “caminhar juntas numa
frente de autonomia”, declarou o deputado social-democrata, numa
intervenção no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, no
Funchal.O deputado reforçou que “apesar
das diferenças” e especificidades da Madeira e Açores, agora existe “um
caminho para a convergência”.O líder do
PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, foi indigitado no sábado presidente do
Governo Regional pelo representante da República para os Açores, Pedro
Catarino.O PS venceu as eleições
legislativas regionais, em 25 de outubro, mas perdeu a maioria absoluta,
que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.PSD,
CDS-PP e PPM, que juntos representavam 26 deputados, anunciaram esta
semana um acordo de governação, tendo alcançado acordos de incidência
parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL).Com
o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a
coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos
Açores, um número suficiente para atingir a maioria absoluta.Para
Brício Araújo, o atual contexto político regional nos Açores constitui
um “enorme desafio para o país, para compreender a importância das
autonomias sem resquícios e complexos imperiais”.“Sem
querer discutir os resultados eleitorais nos Açores, é de estranhar a
reação do primeiro-ministro”, o socialista António Costa, que “depois de
ter perdido as eleições em 2015 chegou ao poder através de uma situação
mais opaca”, afirmou.O parlamentar
social-democrata madeirense recordou que, nessa altura, António Costa
destacou que a “oposição fora capaz” de encontrar uma solução
governativa substituir o PSD, liderado por Pedro Passos Coelho, que
juntamente com o CDS formou uma coligação, a força política mais votada
nas legislativas desse ano, declarando que “acabou o tabu” e “venceu-se
mais um preconceito”.“Também se falou na
Madeira em coligação negativa” nas legislativas regionais, lembrou,
apontando que uma solução governativa de coligação afastou o partido
mais votado em 2015."Serviu e agora já não serve para os Açores?”, questionou Brício Araújo.A
deputada do PS/Madeira Elisa Seixas afirmou que a coligação formada nos
Açores (PSD/CDS/PPM com o apoio parlamentar de Chega e IL) foi um
processo “todo decidido entre o líder nacional do PSD, Rui Rio, e André
Ventura, do Chega” em que “valeu tudo pelo poder”.A
parlamentar sublinhou que esta coligação governativa nos Açores integra
o Chega, “um partido de extrema-direita, racista, xenófobo e sexista”.Os
deputados também discutiram três votos de congratulação apresentados
pelo PSD, CDS e PS pelo facto de a Madeira ter sido eleita este ano,
pela sétima vez, como ‘Melhor Destino Insular da Europa”.As propostas em discussão no parlamento da Madeira serão votadas na quarta-feira.