PSD/Madeira conseguiu contrariar um "ano dificil" com mobilização
11 de ago. de 2024, 19:31
— Lusa/AO Online
“Este
ano não foi um ano fácil”, admitiu Miguel Albuquerque, num comício no
sábado à noite no centro da cidade Vila Baleira, no Porto Santo,
iniciativa que marca tradicionalmente a ‘rentrée’ política do
PSD/Madeira.Contudo, acrescentou o também
presidente do Governo Regional da Madeira, aqueles que em janeiro
pensavam que os sociais-democratas estavam “acabados” e que seria fácil
derrubar o PSD “sabem bem que não conseguiram, nem vão conseguir”.Em
janeiro, na sequência de uma investigação judicial relacionada com
suspeitas de corrupção, o chefe do executivo madeirense pediu a demissão
depois de ter sido constituído arguido, o que provocou uma crise
política na Madeira e levou o Presidente da República a convocar
eleições regionais antecipadas para 26 de maio.No
sufrágio de maio, o PSD/Madeira não conseguiu pela primeira vez
assegurar uma maioria absoluta no parlamento regional, que é agora
composto por 19 deputados sociais-democratas, 11 do PS, nove do JPP,
quatro do Chega e dois do CDS-PP, ocupando ainda a IL e o PAN um lugar
cada.No sábado à noite, perante várias
centenas de pessoas, Miguel Albuquerque voltou a falar da “mobilização e
união extraordinária” que aconteceu em janeiro “quando diziam que o PSD
ao fim de 48 anos ia deixar de ser a força liderante da região”.Contudo,
continuou, a verdade é que o PSD venceu na Madeira as eleições
nacionais de março, as regionais de 26 de maio e as europeias de junho
“para grande desgosto” da oposição, que depois já “estava quase a cortar
os pulsos” ao ver o PSD conseguir formar novamente um executivo no
arquipélago.E, “quando desesperavam e arrancavam os cabelos”, também foi possível viabilizar um Orçamento Regional para 2024, acrescentou.“Sempre
fomos um partido de luta”, salientou o líder do PSD/Madeira, deixando
também críticas aos que tentam destruir o partido por dentro.Sobre
o futuro, Miguel Albuquerque disse que o PSD “tem pela frente um novo
ciclo” e defendeu a necessidade de assegurar que “os direitos ao
desenvolvimento, cidadania, justiça e igualdade dos madeirenses” são
garantidos pelo Estado português.Miguel
Albuquerque adiantou, por outro lado, que o PSD vai apresentar propostas
para alcançar três “objetivos decisivos” para os madeirenses,
nomeadamente a revisão do Estatuto Político-Administrativo da Madeira, a
revisão da Constituição e da Lei das Finanças Regionais, destacando a
importância de a Madeira ter uma lei fiscal própria.O
líder social-democrata madeirense revelou também que o partido vai
apresentar uma proposta para rever a lei eleitoral na Região Autónoma da
Madeira, dizendo estar “farto e cansado” da uma legislação que não
permite que os deputados sejam identificados pela população dos
respetivos concelhos.“Com a lei de um circulo único essa representatividade não existe”, referiu.Para
o próximo ano, o presidente do PSD/Madeira elegeu como “grande desafio
político” vencer as eleições autárquicas e disse ser imprescindível a
aprovação do Orçamento Regional para 2025.Os
sociais-democratas governam em sete dos 11 municípios da Madeira,
incluindo o Funchal, enquanto o PS lidera as autarquias de Machico,
Ponta do Sol e Porto Moniz. O CDS-PP está à frente da Câmara de Santana.