PSD garante que Governo dos Açores não se demite em caso de chumbo do Orçamento
30 de out. de 2023, 15:10
— Lusa
“Se acontecer, a responsabilidade do chumbo
ficará com os partidos que chumbarem o Orçamento e o governo prosseguirá
as suas funções e as suas tarefas”, declarou o vogal da Comissão
Política Regional do PSD Pedro Gomes.Assegurando
que “não há nenhum cenário de demissão de Governo Regional em caso de
chumbo do Orçamento”, Pedro Gomes disse que do que depender dos
sociais-democratas o executivo não se demitirá.“Que
fique claro: o Governo Regional não se demitirá em caso de chumbo deste
Plano e Orçamento para 2024 naquilo que dependerá do PSD”, afirmou.O
social-democrata, que já foi deputado à Assembleia da República, falava
na sede regional do PSD em Ponta Delgada, a propósito da reunião da
Comissão Política Regional que decorreu no sábado.Pedro
Gomes descreveu o Plano e Orçamento dos Açores para 2024 como
“documentos de justiça social, responsabilidade e estabilidade”,
lembrando o investimento público de 740 milhões de euros, mais 15% do
que o registado em 2023.O vogal da
comissão política regional destacou ainda o “reforço dos apoios”
sociais, exemplificando com o aumento do complemento regional de pensão e
de reforma que “duplicará” o valor pago em 2020 (ano em que o atual
executivo entrou em funções).Segundo o
social-democrata, uma eventual reprovação do Plano e do Orçamento
durante a votação em novembro “poderá condicionar o investimento público
e atrasar as medidas até maio de 2024”.“A
não aprovação do Plano e Orçamento para 2024 será um ato de
irresponsabilidade pois colocará em causa a boa execução do PRR [Plano
de Recuperação e Resiliência] e do Açores 2030, atrasando por longos
meses o desenvolvimento dos Açores e a aplicação de medidas de profunda
justiça social”, alertou.O
social-democrata criticou “a herança” deixada pelo PS na região e
garantiu que o endividamento zero previsto para 2024 não vai comprometer
a aplicação do PRR.“Não compromete na medida em que a execução do PRR está devidamente prevista neste Plano e Orçamento”, reforçou.Pedro
Gomes considerou também que os fundos comunitários ao dispor da região
são uma “oportunidade única que não se pode desperdiçar por caprichos
partidários” e acusou o líder do PS/Açores e antigo presidente do
Governo Regional, Vasco Cordeiro, de ser um “arauto da desgraça”.“Como
é que o doutor Vasco Cordeiro explica aos Açores e aos açorianos que os
governos da sua responsabilidade, entre 2012 e 2020, aumentaram a
dívida pública regional em 1.682 milhões de euros", questionou.No
sábado, o líder do PS/Açores disse que um Plano e um Orçamento da
região para 2024 que “varre para debaixo do tapete” os problemas, “não
convence, nem deve convencer os mais conscienciosos”.O
Orçamento para 2024 vai ser o primeiro a ser votado após a IL e o
deputado independente terem denunciado os acordos escritos que
sustentavam o Governo Regional.Os três
partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26
deputados na Assembleia Legislativa. Com o apoio do deputado do Chega,
somam 27 lugares, número insuficiente para a maioria.A
Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na
atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM,
dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um
deputado é independente (eleito pelo Chega).