PSD diz que proposta tem "poucas novidades" e não implica cresccimento económico

OE2023

10 de out. de 2022, 17:46 — Lusa/AO Online

“É um Orçamento do Estado (OE) com poucas novidades”, afirmou o líder do grupo parlamentar social-democrata, na praia fluvial de Monsaraz, no concelho de Reguengos de Monsaraz (Évora), onde acompanhou o presidente do partido no programa “Sentir Portugal”.Questionado pelos jornalistas sobre a proposta do OE2023 entregue pelo Governo na Assembleia da República (AR, Miranda Sarmento apresentou três notas críticas da parte dos sociais-democratas. “É um OE na linha dos últimos sete deste Governo, que mantém uma política económica que não traz crescimento económico para Portugal”, começou por criticar.Joaquim Miranda Sarmento enfatizou que “as perspetivas de crescimento para o próximo ano são desanimadoras” e, com este OE2023, “Portugal vai continuar a divergir dos ses principais concorrentes na União Europeia”.Como segunda nota, o líder parlamentar do PSD argumentou tratar-se de um orçamento “que continua o empobrecimento a que o país tem assistido nos últimos anos, e em particular em 22, mas que, infelizmente, se vai mater em 23”. “Esse empobrecimento será generalizado para a maioria dos portugueses, sejam pensionistas sejam portugueses na vida ativa”, acrescentou.O terceiro ponto a que o líder do grupo parlamentar aludiu foi o argumento de que esta proposta contém “muitas promessas, como é timbre dos orçamentos do PS”.“É um orçamento com muitas promessas, muitas medidas, muitos programas, mas depois, quando olhamos para a execução daquilo que são os orçamentos do PS, vemos que a execução fica muito aquém daquilo que [são] as promessas, nomeadamente no investimento público, mas também no apoio às famílias e às empresas”, afiançou.Miranda Sarmento insistiu ainda que a proposta do Governo socialista do OE2023 não altera a “política económica dos últimos sete anos que tem levado Portugal a divergir face aos restantes países da União Europeia”. “Em 2015, éramos o 18.º em termos de riqueza per capita” e, agora, “estamos a caminho de sermos o 22.º e não vemos no OE2023 essa mudança de política económica, infelizmente para o país”, afirmou.Questionado pelos jornalistas sobre quais seriam as prioridades do seu partido para um OE, Miranda Sarmento disse que, se o PSD “estivesse a construir o orçamento”, este seria “virado para a competitividade da economia, para a produtividade” e para o “crescimento económico”.“Porque sem crescimento económico e sem criação de riqueza não é possível pagar melhores salários e também não há receita fiscal para melhorar os serviços públicos, sem esta necessidade que o Governo tem tido nos últimos anos, em particular agora em 2022 e 2023, desta voracidade fiscal a que os portugueses estão sujeitos”, argumentou.O presidente do PSD, Luís Montenegro, dedica esta semana a Évora, com o programa "Sentir Portugal", que arrancou hoje na sede distrital e, depois, 'rumou' a Reguengos de Monsaraz, mas que, até sexta-feira, o levará à totalidade dos 14 concelhos do distrito.A proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) foi hoje entregue no parlamento, prevendo que a economia portuguesa cresça 1,3% em 2023 e registe um défice orçamental de 0,9% do Produto Interno Bruto.O Governo visa reduzir o peso da dívida pública de 115% do PIB para 110,8% em 2023 e projeta que a inflação desacelere de 7,4% em 2022 para 4% no próximo ano.A proposta vai ser debatida na generalidade no parlamento nos próximos dias 26 e 27, estando a votação final global do diploma marcada para 25 de novembro.