PSD da Praia da Vitória acusa PS de ter conduzido o município à bancarrota
6 de set. de 2023, 08:41
— Lusa/AO Online
“Tratou-se de uma
decisão extremamente difícil, que nenhum executivo municipal devia ter
de tomar, mas que é consequência da enorme irresponsabilidade dos
executivos socialistas do passado que, tendo conhecimento do rumo
irresponsável a que conduziam o município, nada fizeram para o
inverter”, afirmou a estrutura concelhia do PSD, em comunicado de
imprensa.A presidente do município da
Praia da Vitória (PSD/CDS-PP), Vânia Ferreira, que lidera a Comissão
Política Concelhia do PSD, anunciou, na segunda-feira, em conferência de
imprensa, que a autarquia iria internalizar até ao final do ano a
cooperativa Praia Cultural (CPC), integrando 91 funcionários e
despedindo 37, que se somam a outros 35 que já tinham aceitado rescisões
por mútuo acordo e a dois absorvidos por entidades externas.PS e BE criticaram a decisão e o vereador socialista Berto Messias pediu mesmo a demissão da autarca.Em
reação, os social-democratas da Praia da Vitória responsabilizaram o
PS, que liderou o executivo camarário durante 16 anos até 2021, alegando
que a coligação está “a trabalhar arduamente para salvar o concelho da
bancarrota” e do “descalabro deixado nas contas municipais” pelos
socialistas.“Variadíssimas vezes o PSD
alertou, pela voz dos seus vereadores, deputados municipais e estrutura
local, e até sob constatações do Tribunal de Contas, para o abismo a que
os socialistas conduziam a Praia da Vitória”, adiantaram.Segundo
a concelhia social-democrata, a gestão do PS “culminou numa bancarrota
municipal que acarretará a necessidade de recorrer à ajuda do Fundo de
Apoio Municipal”.“Seria importante os
socialistas da Praia da Vitória explicarem porque chegámos a este
estado, ao invés da utilização que têm feito dos trabalhadores da CPC
como arma de arremesso política contra a presidente Vânia Ferreira”,
apontaram.O PSD da Praia da Vitória disse
que os socialistas “contrataram irresponsavelmente” quase 200
funcionários para a cooperativa, mas “não o submeteram a reunião de
Câmara ou de Assembleia Municipal, nem verificaram a viabilidade futura
destes postos de trabalho”.Acusou ainda os
autarcas do PS de terem disseminado e escondido milhões de euros de
dívida e de terem criado “uma estrutura municipal quando sabiam não ter
capacidade financeira para a suportar”.“Os
socialistas esconderam a verdade aos praienses e às instituições,
particularmente à Direção Geral da Autarquias Locais, a quem deveriam
ter reportado toda a informação financeira, mas não o fizeram”,
acrescentou.Em reação ao pedido de
demissão de Vânia Ferreira, a concelhia do PSD alegou que os dirigentes
socialistas “nunca pediram a demissão dos anteriores presidentes de
câmara e executivos municipais, quando sabiam que o caminho a que os
mesmos levavam a Praia da Vitória era o da bancarrota”.Os
social-democratas consideraram, por outro lado, que foi assegurada a
integração na autarquia de “um número muito acima do expectável” de
trabalhadores da cooperativa, “que resulta da sensibilidade social do
atual executivo municipal”.“A atual
reestruturação financeira do município permitirá libertar capacidade de
investimento para projetar o futuro da Praia da Vitória, respondendo às
necessidades mais elementares do concelho, algo que atualmente não é
possível, face ao estrangulamento financeiro que os sucessivos governos
socialistas deixaram”, defenderam.O executivo
municipal da coligação PSD/CDS-PP admitiu a possibilidade de
despedimentos na cooperativa na sequência de uma auditoria às contas do
denominado grupo municipal (Câmara Municipal, Praia Cultura e Praia
Ambiente), que identificou um passivo de 33,2 milhões de euros.