PSD/CDS-PP fazem governo minoritário

5 de out. de 2015, 15:37 — Lusa/AO online

  No final da noite eleitoral, ao lado do seu parceiro de coligação, Paulo Portas, líder do CDS-PP, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou que os dois partidos pretendem negociar rapidamente um "programa de Governo" e admitiu entendimentos com o PS no parlamento para fazer reformas como a da Segurança Social. Portas prometeu que a coligação saberá "ler e respeitar" a ausência de maioria absoluta. No PS, apesar da derrota, António Costa não deixa a liderança - "manifestamente, não me vou demitir" -, embora vários dirigentes socialistas, como António Galamba e António Braga, tenham exigido a sua demissão. Na terça-feira, os socialistas vão reunir a sua comissão política nacional, seguindo-se uma reunião do grupo parlamentar. Sobre a atitude quanto ao novo Governo, António Costa afirmou que os socialistas querem afirmar as suas propostas, mas recusou uma "maioria do contra". Uma das novidades da noite eleitoral foi a eleição de um deputado do partido Pessoas-Animais Natureza (PAN), André Silva, com 1,39% dos votos. Fora do parlamento ficaram alguns dos novos partidos, como o Livre/Tempo de Avançar, Agir e Partido Democrático Republicano (PDR). Apesar da vitória, PSD e CDS (38,55%) perderam cerca de 722 mil votos relativamente às legislativas de 2011, quando concorreram separados. No total, a coligação tem 104 deputados (incluindo os dos Açores e Madeira, onde concorreram separados) - 86 do PSD e 18 do CDS. O PS aumentou em votos e deputados relativamente a 2011, passa de 73 para 85 deputados, mas ficou longe da vitória. A CDU, coligação do PCP com o PEV, aumentou ligeiramente a votação e mais um deputado (17), mas ficou atrás do Bloco de Esquerda, que passou de oito para 19 deputados. A abstenção nas eleições de domingo ficou nos 43,07%, a maior de sempre registada em legislativas, e quando faltavam atribuir quatro mandatos de deputados respeitantes aos círculos da emigração. A abstenção em 2011 situou-se nos 41,9%.