PSD, CDS-PP e PPM querem soluções para abastecimento regular à ilha das Flores
13 de fev. de 2023, 13:47
— Lusa/AO Online
Num projeto de
resolução a que a Lusa teve acesso, e que deu hoje entrada no parlamento
regional, com caráter de urgência, os partidos que suportam a coligação
do executivo regional pretendem que este encontre “uma solução que
garanta o abastecimento regular de carga contentorizada à ilha das
Flores”, onde o porto não reúne condições de operabilidade desde a
destruição provocada pelo furacão Lorenzo, em 2019.Para
os deputados, tal “terá de passar pelo fretamento de um navio
especificamente dedicado a esse fim, que reúna as condições adequadas à
realização da operação no porto das Lajes das Flores, até que sejam
repostas, através da conclusão das obras de proteção de emergência da
ponte-cais, as necessárias condições de segurança e operacionalidade”.Por
outro lado, os parlamentares querem que a Assembleia Legislativa
Regional recomende ao Governo Regional que “diligencie, junto do Governo
da República, para que seja decretada a situação de calamidade na ilha
das Flores e criado um regime simplificado de contratação pública”.Tal
regime deve abranger, defendem, o abastecimento marítimo de mercadorias
e “as obras de recuperação dos estragos causados no Porto das Lajes das
Flores pelo furacão Lorenzo e a tempestade Efrain”.A
intenção, de acordo com o documento, é “repor, o mais rapidamente
possível, as normais condições de operacionalidade da infraestrutura
portuária”.O projeto de resolução lembra
que a passagem pelos Açores do furacão Lorenzo, em 2 de outubro de 2019,
“deixou um rasto de destruição em várias ilhas, nomeadamente na das
Flores, cujo porto comercial ficou seriamente danificado”.“Recentemente,
em dezembro de 2022, a tempestade Efrain causou danos adicionais ao que
restava do molhe do porto das Lajes das Flores, fazendo com que
cessasse a já de si escassa proteção que aquela infraestrutura ainda
concedia”, recordam.A situação, assinalam,
“diminuiu as condições de operacionalidade da infraestrutura portuária
existente e, em consequência disso, a regularidade do transporte
marítimo de mercadorias para a ilha das Flores”. “Assim,
persistem os avultados e profundos estragos originados pelo furacão
Lorenzo, que tiveram reflexos e impacto imediatos na economia das
Flores, e foram agravados pela passagem da tempestade Efrain”,
descrevem, notando que “os efeitos negativos do furacão Lorenzo vão
continuar, por mais alguns anos”.Os
parlamentares consideram, por isso, que se justifica que “continuem a
vigorar as medidas excecionais de contratação pública decretadas pelo
Governo da República em 2019” e que existiram “até 09 de novembro de
2021”, num procedimento que “dispensa da fiscalização prévia do Tribunal
de Contas e recurso ao procedimento pré-contratual do ajuste direto”.“A
celeridade exigida às obras de reparação dos estragos no porto
comercial das Lajes das Flores requer a adoção destas medidas
excecionais de contratação pública, sendo para tal necessário que, nos
termos do disposto nos artigos 19.º e 28.º da Lei de Bases da Proteção
Civil, o Governo da República, através de Resolução do Conselho de
Ministros, decrete a situação de calamidade na ilha das Flores”,
destacam.Em 05 de fevereiro, o ministro
das Infraestruturas, João Galamba, assegurou que existem verbas
“suficientes” para a construção do porto das Lajes das Flores, Açores,
reconhecendo “dificuldades de operacionalização” e a necessidade de
“acelerar” o processo.O ministro falava à comunicação social no porto das Lajes das Flores.“Há
dificuldades de operacionalização, mas certamente, em estreita
colaboração com o Governo da região autónoma, encontraremos a forma de
acelerar e adequar o ritmo de disponibilização de verbas à necessidade
da realização dessas obras”, vincou.