PSD, BE, PAN e MAS com contas da campanha de 2019 sem irregularidades
Europeias
2 de mar. de 2021, 12:06
— Lusa/AO Online
Os
únicos partidos sem irregularidades detetadas nesta eleição, ou que
tendo havido foram explicadas e ultrapassadas, foram o PSD, Bloco de
Esquerda (BE), partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e Movimento
Alternativa Socialista (MAS), resultado da cisão da tendência
Ruptura/FER com o BE.Nas contas dos 14
partidos e das duas coligações que concorreram às europeias de junho de
2019 foram detetadas, no total, 47 irregularidades em 10 das
candidaturas, já comunicadas pela entidade ao Ministério Público (MP).As
coimas, ou multas, se vierem a ser consideradas, serão aplicadas
posteriormente pela própria ECFP, cabendo recurso para o Tribunal
Constitucional.Dos partidos com
representação no Parlamento Europeu, o CDS é o que mais irregularidades
regista, sete ao todo, entre elas despesas de campanha não documentadas
ou ainda a subavaliação de despesas e receitas nas contas da campanha
eleitoral.Os centristas optaram por não exercer o seu direito de contraditório às questões levantadas pela entidade.O
PS, vencedor das europeias, registou duas irregularidades como
“deficiências no suporte documental de algumas despesas”, no valor total
de 570 mil euros, e ações ou meios de campanha não registados na
contabilidade final das eleições.Os
socialistas têm casos de despesas não totalmente esclarecidas como a da
empresa Naughty Boys (Rapazes Malandros) que cobrou 40 mil euros por
tempos de antena e que a entidade anota que “não detalha a informação
relativa à constituição da equipa, número de horas de cada técnico,
número de horas de estúdio e respetivos valores unitários”, pelo que foi
considerada irregularidade.O mesmo
aconteceu com uma empresa de montagem de estruturas, com um gasto total
de 132.210 euros, também com problemas na informações sobre os serviços
prestados.Os partidos com mais
irregularidades, nove cada um, são mesmo o Nós, Cidadãos e a coligação
Basta!, do Partido Popular Monárquico (PPM) e do Partido Cidadania e
Democracia Cristã (PPV/CDC).No casa do
Basta!, a entidade registou o pagamento de uma dívida a um fornecedor
por um doador, no valor de 8.600 euros, situação considerada um
“donativo indireto”, o que “é proibido” pela lei.Há
ainda o caso do pagamento de uma dívida diretamente ao fornecedor de
painéis por um doador, no valor de 8.000 euros, afirmando-se no acórdão
que o “pagamento por terceiros de uma despesa de campanha, constitui um
donativo indireto que é proibido” pela lei.Já
quanto ao Nós, Cidadãos, a entidade apontou a falhas no “suporte
documental de declarações de donativos em espécie e de cedência de bens a
título de empréstimo”, a par da entrega de orçamento e contas de
campanha fora do prazo.As europeias de 26
de maio de 2019 foram ganhas pelo PS, com 33,3% e nove eurodeputados,
seguido pelo PSD, com 21,9% e seis deputados, pelo BE (9,8%) e CDU
(6,8%) com dois eurodeputados cada. O CDS (6,1%) e PAN (5%) conseguiram
eleger um deputado cada.Em 2014, o
Tribunal Constitucional condenou oito partidos políticos e mandatários a
pagarem multas no total de 56.950 euros por irregularidades nas contas
da campanha das europeias de 2009.Todos os
partidos com assento parlamentar foram multados, à exceção do Bloco de
Esquerda, com o Movimento Esperança Portugal (MEP) a escapar à coima por
ter sido extinto, apesar de a mandatária financeira ser sancionada com
uma multa de 500 euros pelas irregularidades nas contas da campanha.