PSD afirma que Governo pouco baixa IRS, mantém IRC e recusa ceder aos professores
OE2024
6 de out. de 2023, 10:21
— Lusa/AO Online
Esta
posição foi transmitida por Joaquim Miranda Sarmento no final de uma
reunião com os ministros das Finanças, Fernando Medina, e Adjunta e dos
Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, na Assembleia da República,
durante a qual o Governo apresentou as principais linhas da sua
proposta de Orçamento do Estado para 2024.A
proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2024, na área fiscal,
segundo o líder da bancada social-democrata, “mantém a linha das
anteriores, ou seja, impostos máximos e serviços públicos mínimos”.“Relativamente
aos professores e à recuperação do tempo de serviço, o Governo não
parece aberto à proposta do PSD de recuperar 20% em cada ano. Também não
nos pareceu que exista abertura para mexer no IRC, reduzindo a sua
taxa”, disse.“E, no que respeita à nossa
proposta de redução do IRS em 1200 milhões de euros, aquilo que o
Governo aparentemente se prepara para fazer é seguir o que está no
Programa de Estabilidade”, completou Joaquim Miranda Sarmento, tendo ao
seu lado o vice-presidente do partido Leitão Amaro, bem como os
deputados Hugo Carneiro e Duarte Pacheco.O
presidente do Grupo Parlamentar do PSD observou depois que, aquilo que
consta atualmente no Programa de Estabilidade em matéria de IRS, “é uma
descida bastante inferior” relativamente àquilo que os
sociais-democratas propõem, na ordem dos dois mil milhões de euros até
2026.Joaquim Miranda Sarmento indicou que o
ministro das Finanças, na reunião de hoje, apenas mostrou alguma
abertura no que toca às propostas apresentadas pelo PSD em fevereiro
passado no domínio da habitação, tendo em vista um aumento da oferta.“Apenas
na habitação, em matérias fiscais, de redução de impostos sobre a
construção, compra e arredamento das casas, é que nos pareceu que pode
haver alguma abertura do Governo para acolher as propostas do PSD”,
disse.Neste ponto, o presidente da bancada
social-democrata referiu que a proposta do PSD previa um conjunto de
medidas fiscais temporárias, durante cinco anos, para ajudar ao aumento
da oferta na habitação”.“Propusemos a
redução do IVA sobre a construção para seis por cento e uma descida do
IRS e do IRC sobre os arrendamentos, entre outras medidas.
Aparentemente, o ministro das Finanças mostrou-se relativamente recetivo
no sentido de adotar algumas destas medidas que o PSD tinha apresentado
em fevereiro”, disse.Em termos globais,
de acordo com Miranda Sarmento, “a conversa” com o ministro Fernando
Medina permitiu sinalizar que “a proposta de Orçamento para 2024 segue a
linha dos orçamentos anteriores”. “Os
portugueses vão continuar a pagar impostos máximos para terem serviços
públicos mínimos. Vão continuar numa rota de empobrecimento”,
considerou.Em relação ao cenário
macroeconómico do próximo ano, segundo a versão que Joaquim Miranda
Sarmento transmitiu aos jornalistas, o Governo não apresentou ao PSD
“nenhuns números”.“Compete ao Governo
fazer essa divulgação”, observou, mesmo depois de questionado se o
executivo socialista comunicou que Portugal se prepara para registar um
superávite orçamental no final deste ano.“Não
discutimos praticamente números nem do cenário macroeconómico, nem do
cenário orçamental. O Governo a seu tempo divulgará essa informação”,
insistiu.De acordo com o Programa de
Estabilidade, apresentado em abril, o Governo previa um crescimento da
economia de 1,8% este ano e 2% em 2024 e uma taxa de inflação de 5,1%
este ano e de 2,9% em 2024.O Ministério
das Finanças apontava para um défice de 0,4% este ano e de 0,2% em 2024.
Em relação ao rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto
(PIB), a estimativa apontava para que caísse de 112,4% em 2022 para
106,1% este ano e para 103% em 2024.