PSD acusa Vasco Cordeiro de incoerência sobre apoio à comunicação social
1 de set. de 2023, 16:58
— Lusa
"Além
de incoerentes, as afirmações do deputado Vasco Cordeiro revelam uma
profunda falta de rigor", criticou o deputado regional Joaquim Machado,
aludindo à anterior governação do PS no arquipélago.O
parlamentar, que é também presidente dos Trabalhadores
Social-Democratas/Açores, falava numa conferência de imprensa em Angra
do Heroísmo, na ilha Terceira, sobre o novo programa de incentivo à
comunicação social privada regional.Na
quarta-feira, o líder do PS/Açores e anterior presidente do executivo
açoriano afirmou que o novo programa de incentivo à imprensa privada nos
Açores é uma “grotesca, perversa e mal disfarçada tentativa do Governo
Regional (PSD/CDS-PP/PPM) de controlar a comunicação social”.Hoje
o grupo parlamentar do PSD/Açores criticou o PS por "tentar criar uma
polémica", lembrando que a proposta de decreto legislativo regional que
vier a ser aprovada pelo Conselho do Governo é depois remetida ao
parlamento e "caberá aos deputados a derradeira palavra sobre o
assunto"."Veio o presidente do Partido
Socialista tecer um conjunto de considerações tão absurdas quanto
politicamente incoerentes com o passado do deputado Vasco Cordeiro, quer
quando esteve no governo, como desde que está na oposição", sustentou
Joaquim Machado, frisando que o executivo açoriano "trabalhou de forma
dialogada com o Sindicato dos Jornalistas e com empresas de comunicação
social" neste processo de revisão dos apoios à comunicação social
privada.O social-democrata acrescentou que
as críticas do socialista "tentam branquear o passado de interferência
do PS na comunicação social dos Açores" e realçou que "em caso algum se
trata de pagar vencimentos aos jornalistas, mas sim atribuir às empresas
de comunicação social uma compensação relativa aos seus encargos
salariais".O líder do PS/Açores,
acrescentou, "gastava anualmente mais de um milhão de euros por ano em
assessoria de imprensa e imagem do seu governo", que "tinha 16
profissionais de comunicação nomeados politicamente, na maioria
jornalistas recrutados nas redações da rádio e televisão públicas, assim
como em empresas privadas, a que acresciam os funcionários públicos do
então GACS”, o gabinete de apoio à comunicação social do executivo.Joaquim
Machado sublinhou que há dois anos Vasco Cordeiro entregou no
parlamento do Açores “uma proposta para o Governo Regional pagar,
durante o primeiro semestre de 2021, um apoio mensal de 628 euros ao
salário de cada jornalista dos órgãos de comunicação social privados"."Agora
que o governo da coligação propõe suportar os encargos salariais com um
apoio às empresas que pode atingir, no máximo, 600 euros, já acha mal",
destacou.Para o PSD/Açores, "afirmar que a
ajuda condiciona a liberdade e isenção dos jornalistas é uma tremenda
hipocrisia que, acima de tudo, insulta o profissionalismo e o sentido
deontológico dos profissionais da comunicação social açoriana".O
partido alertou ainda que o setor enfrenta "dificuldades, determinadas
pela pequena dimensão do mercado, que a descontinuidade territorial
agrava". Vão surgir acréscimos significativos de encargos, pelo que as
empresas de comunicação social "devem ser ajudadas", no seu entender."Não
queremos um quadro legal de financiamento da comunicação social privada
em que os apoios às empresas estavam sujeitos a rateios, como sucedeu
no governo do deputado Vasco Cordeiro", sustentou Joaquim Machado.Na
Madeira existe um apoio semelhante, desde 2016, para compensar as
empresas com os encargos com os salários e isto não deu polémica,
referiu.Segundo o projeto de decreto
legislativo regional açoriano, a que a agência Lusa teve acesso, no caso
de jornalistas contratados por tempo indeterminado nas “áreas da
produção, edição e difusão de conteúdos informativos” é suportado 40% do
respetivo salário.O Media+, que ainda vai
a Conselho de Governo, seguindo depois para o parlamento açoriano,
prevê suportar até 40% dos salários dos jornalistas até 1.500 euros,
comparticipar formações e projetos multimédia.