PSD/Açores vê chumbada no parlamento criação de carreira regional de investigação
17 de out. de 2019, 05:46
— Lusa/AO Online
A parlamentar social-democrata Catarina
Furtado, que apresentou o projeto de resolução do PSD/Açores, destacou
na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, na Horta, ilha do Faial,
entre outras propostas, para além de um estatuto da carreira de
investigação científica próprio, a definição de áreas prioritárias de
investigação a nível regional.Outras das
medidas preconizadas apontavam para a definição de lugares a concurso
para cada instituição de investigação científica e tecnológica pública
que integre o Sistema Científico e Tecnológico dos Açores, de acordo com
as áreas de investigação prioritárias definidas, a par da abertura de
procedimentos concursais para essas instituições.No
caso específico da Universidade dos Açores, instituição de ensino
superior “com sede na região", atendendo ao "princípio da autonomia
universitária e ao disposto na legislação em vigor sobre o sistema do
ensino superior”, a parlamentar defendeu a abertura de procedimentos
concursais através de protocolos a estabelecer com o Governo Regional.Para
o deputado socialista José Contente, esta solução “seria um erro”
porque se estaria perante uma “duplicação de duas carreiras”, com o
PSD/Açores a voltar a transferir para os Açores uma “competência que é
do Governo da República, à custa do Governo Regional”.A
Universidade dos Açores está sob a tutela do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior mas, no passado, já foi uma
responsabilidade do Governo dos Açores.Segundo
o socialista, o Governo dos Açores já tem programas de investigação
científica com a Universidade dos Açores e isso seria “criar
artificialmente uma carreira de segunda”, que não defende a autonomia da
região.A deputada independente Graça
Silveira manifestou dúvidas sobre a solução do PSD/Açores e defendeu uma
carreira com majorações para cativar investigadores para a região. De
acordo com a deputada do CDS-PP/Açores Catarina Cabeceiras, o "problema
da precariedade existe" mas "é a carreira de investigação científica
nacional que deve ser melhorada", enquanto nos Açores se deve trabalhar
para uma melhor definição das áreas prioritárias, reforçar vagas e
financiamento.O líder do grupo parlamentar
do BE/Açores, António Lima, manifestou dúvidas sobre as vantagens da
criação de uma carreira de investigação científica na região e referiu
que a hipotética criação de novos centros de investigação iriam conduzir
a "recursos exorbitantes de que a região não dispõe".Para
o deputado comunista João Corvelo esta resposta é “avulsa e
desenquadrada” e “não labora um vazio legislativo”, sendo o problema
principal da investigação o subfinanciamento existente, “seriamente
prejudicial”. Paulo Estevão, do
PPM/Açores, considerou que o panorama nesta área é “desolador", defendeu
uma “aposta forte“ na investigação através de meios públicos e
privados, uma vez que esta constitui um motor de desenvolvimento, e
destacou ser necessário definir áreas de interesse para a região como
alterações climáticas, proteção do ambiente e mar dos Açores.O
secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes,
considerou que “confunde-se criação de carreira com questões de
precariedade”, sendo que do ponto de vista jurídico, na sua opinião,
poderá ser questionável a criação de uma carreira concorrente à
nacional.Segundo Gui Menezes, a
precariedade na investigação pode ser resolvida no âmbito nacional,
tendo destacado o conjunto de investimentos que o Governo Regional tem
realizado no sector.