Autor: Lusa/AO Online
Em requerimento enviado à mesa do parlamento dos Açores, os deputados António Almeida e António Pedroso consideram, citados em nota de imprensa, que as novas taxas aduaneiras norte-americanas sobre produtos da Europa fazem com que os laticínios dos Açores “possam ser um dos setores mais afetados com as medidas impostas, perturbando o processo de internacionalização”.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou os Estados Unidos a aplicar tarifas adicionais de 7,5 mil milhões de dólares (quase sete mil milhões de euros) a produtos europeus, em retaliação pelas ajudas da União Europeia à fabricante francesa de aeronaves, a Airbus.
Logo após a divulgação da decisão da OMC, os Estados Unidos fizeram saber que vão impor tarifas punitivas a produtos da UE a partir de 18 de outubro.
No caso português, prevê-se que a área dos laticínios seja particularmente visada na lista do Departamento de Comércio norte-americano.
O queijo de São Jorge é um dos principais produtos de exportação dos Açores para os Estados Unidos, numa primeira fase, e ao longo de várias décadas, apenas para consumo da diáspora açoriana radicada naquele país, o denominado "mercado da saudade", mas atualmente através da promoção de campanhas direcionadas para o mercado norte-americano.
Os deputados do PSD/Açores consideram que “com as taxas anunciadas, na ordem dos 25%, os produtos lácteos açorianos exportados para os Estados Unidos sofrerão um impacto relevante, com a penalização dos preços de venda ao público, podendo constituir mais um golpe nos resultados da economia do queijo de São Jorge”.
Para a bancada ‘laranja’ é nos mercados dos Estados Unidos da América e do Canadá que "tem sido efetuada uma aposta na exportação deste produto singular, do qual depende o rendimento dos produtores, das cooperativas e das indústrias da ilha de São Jorge”.
António Almeida e António Pedroso perguntaram ao Governo Regional “que avaliação efetuou do impacto nos preços e na venda dos produtos lácteos açorianos no mercado dos Estados Unidos, de forma especial no queijo produzido na ilha de São Jorge, com a aplicação dessas taxas”.
Os
parlamentares querem ainda saber “que medidas vai o Governo Regional
implementar para minimizar o impacto desta decisão da administração
norte-americana na economia dos produtos lácteos açorianos, de forma
especial no queijo produzido em São Jorge”.