PSD/Açores quer ouvir secretária dos Transportes sobre falta de lugares em voos
17 de jun. de 2019, 14:46
— Susete Rodrigues/AO Online
“Face
aos constrangimentos e denúncias que nos últimos dias têm chegado aos
órgãos de comunicação social pela falta de lugares disponíveis nos voos
entre as ilhas da nossa região, o PSD vai solicitar com urgência – e
esperemos que esse agendamento seja feito com a devida urgência que a
situação exige – a presença da secretária regional dos Transportes e
Obras Públicas à Comissão de Economia para se pronunciar sobre a
mobilidade interilhas de todos os açorianos e sobre os recentes
cancelamentos das rotas entre Lisboa, Horta e Pico”, adiantou a deputada
Mónica Seidi.A vice-presidente da bancada
parlamentar social-democrata falava hoje, em declarações aos
jornalistas, à margem de uma reunião com a direção da Aerogare Civil das
Lajes, na ilha Terceira, que marcou o início das jornadas parlamentares
do PSD naquela ilha.A deputada
social-democrata disse que “o caos está instalado” nos transportes
marítimos e aéreos nos Açores, em plena época alta, e defendeu uma
mudança de políticas.“Os açorianos não
podem ficar reféns de um governo que não tem uma política declarada a
nível dos transportes aéreos e dos transportes marítimos. É necessária
uma nova visão neste setor, são necessários novos protagonistas. E até
agora o Governo Regional não tem sido capaz de se antecipar de forma
sucessiva aos problemas que ano após ano são tornados públicos”, frisou.O
Governo Regional já tinha solicitado, na passada sexta-feira, uma
audição da secretária regional dos Transportes e Obras Públicas, em sede
de comissão parlamentar, "para esclarecer os deputados sobre a operação
de transporte marítimo de passageiros e viaturas na região".O
líder do PSD/Açores anunciou na sexta-feira ter pedido uma reunião com
“caráter urgente” ao presidente do Governo Regional para abordar os
“falhanços” na operação de verão de transporte marítimo de passageiros e
viaturas na região, mas o executivo disse, horas mais tarde nesse mesmo
dia, que "essa intenção não chegou a ser formalizada".A
empresa pública de transportes marítimos dos Açores Atlânticoline conta
atualmente apenas com um navio de maior dimensão para assegurar a
operação de verão, porque o armador do navio “Azores Expres”, que
deveria ter chegado à região em maio, rescindiu contrato, obrigando a
empresa a fretar outra embarcação. Também o
‘ferry’ “Gilberto Mariano”, que faz ligações entre as ilhas de São
Jorge, Pico e Faial, sofreu uma avaria, estimando-se que fique
imobilizado até ao final do mês. Na ilha
Terceira, Mónica Seidi reivindicou também “mais ambição” do executivo
açoriano, no sentido de dinamizar o Aeroporto Internacional das Lajes,
certificado para uso permanente pela aviação civil, em julho de 2018.“Na
prática, não se verificou um aumento de escalas técnicas, não houve até
ao momento captação de novos fluxos turísticos para a ilha e isso,
obviamente, enquanto não acontecer, não irá potenciar o tal almejado
desenvolvimento económico da ilha Terceira e de toda a região”, frisou.Segundo
a deputada social-democrata, o processo de certificação trouxe
expectativas aos empresários da ilha, mas o executivo açoriano tem sido
“incapaz” de promover o destino.“Todo este
processo fez com que os empresários da ilha tivessem expectativas,
tivessem realizado investimentos, que se calhar agora não estão a ter o
devido retorno, porque de facto o que se vê é que do ponto de vista
prático a certificação ainda não veio de todo corresponder a essas
expectativas”, apontou.Um dia depois de a
chuva intensa ter provocado inundações e estragos na ilha Terceira,
Mónica Seidi reiterou a importância de os Açores terem três radares
meteorológicos, enviando uma mensagem de solidariedade à população
afetada e uma mensagem de agradecimento aos serviços que prestaram
auxílio.