PSD/Açores quer audiência do executivo regional com PM sobre carga aérea
6 de set. de 2018, 15:21
— Lusa/AO Online
“O
processo iniciou-se em 2015 com a primeira resolução que autorizou a
abertura de um concurso público, mas estamos em final de 2018 e estamos
na estaca zero. Ou seja, há um concurso anulado. Há um segundo concurso
que ninguém sabe ainda se será anulado ou não. Todas as indicações vão
neste sentido e em termos globais e daquilo que é o interesse da região
há claramente um insucesso e um prejuízo para a região”, disse o
deputado do PSD/Açores António Vasco Viveiros. O
deputado falava aos jornalistas em Ponta Delgada após uma audição na
comissão de Economia da secretária regional dos Transportes e Obras
Públicas, Ana Cunha, sobre o requerimento apresentado pelo grupo
parlamentar do PSD a solicitar esclarecimentos sobre o transporte de
carga aérea entre os Açores e o continente.Em
30 de Agosto, o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W.
d’Oliveira Martins, afirmou, nos Açores, que o transporte de carga aérea
entre o continente e a região autónoma é assegurado, "a partir de 15 de
setembro, por um consórcio" privado, mas admitiu novo concurso se se
verificarem falhas de mercado.Na
altura a secretária regional dos Transportes e Obras Públicas sublinhou
que a região “não abdica da fixação de obrigações de serviço público,
independentemente da vinda de um cargueiro de um operador privado a
operar para Ponta Delgada”, porque a vinda deste privado não colmata as
necessidades de todas as ilhas. A posição da governante foi
reiterada esta quinta-feira.Para
o PSD/Açores, “a gravidade da situação exige que esse assunto” seja
“assumido pelo presidente do Governo Regional”, Vasco Cordeiro. “Em
termos de responsabilidades é evidente que a primeira responsabilidade é
do Governo da República, mas há aqui uma corresponsabilidade muito
grave também do Governo Regional na forma como tem sido frouxo naquilo
que são as exigências perante um direito do qual decorrerem imensas
vantagens para as empresas da região”, salientou António Vasco Viveiros.Já
o deputado do BE Paulo Mendes anunciou na audição que o partido vai
apresentar um projeto de resolução na Assembleia da República para que
seja feito de imediato um ajuste direto para assegurar o transporte de
carga aérea até que sejam definidas novas obrigações de serviço público
através de concurso público.A
secretária regional dos Transportes e Obras Públicas reiterou que a
região “não abdica da fixação de obrigações de serviço público,
independentemente da vinda de um cargueiro de um operador privado a
operar para Ponta Delgada”, afirmando que a ida deste privado "não
colmata as necessidades de todas as ilhas".“Estamos
a trabalhar de foram proativa. Temos elaborado propostas, fazendo-as
chegar à Secretaria de Estado das Infraestruturas para que seja
elaborado um novo procedimento e fixação de obrigações de serviço
público”, sustentou Ana Cunha.Além
disso, “foi pedido inclusivamente ao júri que presidiu ao último
concurso para que fizesse uma análise das razões pelas quais os
concorrentes não terão correspondido a esse caderno de encargos”.
Essa análise, referiu, “já é um trabalho bastante adiantado e servirá
de base para fixação de novas obrigações de serviço público de
transporte de carga”, acrescentou.Quanto
à hipótese do recurso a um ajuste direto, a governante lembrou que “já
foi uma proposta que esteve em cima da mesa, até porque resulta da lei
quando o concurso fica deserto”.Ana
Cunha esclareceu ainda que a transportadora aérea açoriana SATA já
apresentou ao consórcio Mais uma proposta que vai ao encontro daquilo
que o operador pretendia, nomeadamente em termos de faixa horária, para
iniciar a operação a partir de 15 de setembro.