PSD/Açores quer audição do secretário da Saúde sobre rutura de medicamentos
30 de out. de 2017, 16:33
— Lusa/AO online
A decisão,
hoje divulgada em comunicado, surge na sequência de uma queixa que a
Ordem dos Enfermeiros dos Açores fez junto do Ministério Público, devido
a "sucessivas e continuadas" ruturas de medicamentos na Unidade de
Cuidados Continuados Integrados do Centro de Saúde da Ribeira Grande. Além da audição de Rui Luís, que tutela a
área da Saúde no Governo Regional, os deputados sociais-democratas
pretendem chamar à comissão o Conselho Diretivo da Ordem dos Enfermeiros
e o Conselho Médico da Ordem dos Médicos, para prestarem
esclarecimentos sobre este caso. "Estas três audições afiguram-se
como essenciais e urgentes, não só para perceber o que conduziu à
rutura no fornecimento dos medicamentos, mas também para avaliar o
impacto e as consequências da não administração destes fármacos nos
pacientes que se viram deles privados", explica o deputado do PSD Luís
Maurício. No seu entender, não obstante a participação criminal
feita pela Ordem dos Enfermeiros, "cabe ao parlamento a fiscalização
política do Governo [Regional]" e o executivo "deve um esclarecimento
cabal sobre uma situação que é grave" e que foi denunciada junto da
tutela, "aparentemente sem resultados". Em causa está a rutura no
fornecimento de fármacos - destinados a doentes com epilepsia e com
insuficiência renal - aos utentes institucionalizados na Unidade de
Cuidados Continuados do Centro de Saúde da Ribeira Grande, que no
entender da Ordem dos Enfermeiros pode consubstanciar um "crime de
maus-tratos". Numa carta enviada ao procurador da República e a
que a Lusa teve acesso, o Conselho Diretivo da Ordem dos Enfermeiros
requereu a abertura de um "procedimento criminal" contra a Unidade de
Saúde da Ilha de São Miguel, por considerar que essas ruturas de
fármacos podem afetar o direito à saúde dos doentes, embora tenham sido
denunciadas, em tempo oportuno, junto da administração da unidade de
saúde e também junto da tutela. Interrogado pelos jornalistas,
esta manhã, na ilha Terceira, à margem da inauguração da delegação
regional da Ordem dos Farmacêuticos, o secretário regional da Saúde, Rui
Luis, afirmou que vai analisar o caso, reiterando, porém, que a
informação que possuía era de que o assunto já estaria resolvido. "Obviamente
que temos vindo a acompanhar a situação, para perceber o que está aqui
em causa, porque a informação que nós tínhamos era de que o assunto
teria ficado resolvido", explicou o governante, acrescentando que, "se a
Ordem dos Enfermeiros está empenhada no anúncio constante desta falta
de medicamentos, é porque efetivamente aconteceu".