PSD/Açores pede que não sejam criados alarmismos na população sobre saúde
10 de jul. de 2024, 14:58
— Lusa/AO Online
“Temos dado as respostas. Está
tudo preparado para acudir a quem necessita. Por isso, não é preciso os
senhores [eleitos do PS] criarem alarmismo na população. Estão a ser
dadas as respostas à população”, disse a deputada social-democrata Délia
Melo no debate de urgência sobre saúde realizado na Assembleia
Legislativa Regional, na cidade da Horta, ilha do Faial, no segundo dia
do plenário de julho.No debate, que foi
pedido pelo PS, a mesma deputada social-democrata referiu que o incêndio
colocou “a nu as fragilidades e a grande degradação” das instalações do
Hospital Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada, na ilha de São
Miguel, devido ao “desinvestimento que foi feito ao longo dos anos”.“Temos agora a oportunidade de intervir. Aproveitemo-la. Faremos agora as intervenções necessárias, robustas”, assinalou.Délia
Melo também referiu que se desconhece aquilo que os eleitos socialistas
querem para a maior unidade de saúde do arquipélago, desafiando-os a
dizerem “exatamente o que pretendem”.O
deputado do BE, António Lima, defendeu que “é preciso reabrir em pleno o
HDES para garantir o acesso à saúde”, dado que, neste momento, “está
fortemente condicionado”.“Modernizar e
requalificar o HDES e toda a infraestrutura de saúde da região é
essencial, mas é imperioso que o HDES volte a funcionar em pleno,
rapidamente e de forma segura”, disse.Para António Lima, importa ainda debater as causas do incêndio e o futuro do HDES a curto, médio e longo prazo. “As
fragilidades do sistema automático de deteção de incêndios (SADI)
citadas no relatório por parte da própria empresa que o mantém são
preocupantes. A necessidade de intervenção nesse sistema era conhecida.
Constava de documentos internos do HDES que a tutela não poderia
desconhecer”, alertou.Já José Pacheco
(Chega) admitiu que a saúde nos Açores “é caótica, é um caos”: “Não se
resolve, não melhora, adia-se, remenda-se, mas, simplesmente, não se
encontram soluções”.O líder parlamentar do
Chega disse que o PS, que esteve durante 24 anos no poder regional,
também tem responsabilidades pelo estado em que o HDES se encontra: “Não
vale a pena fingirem que não são [responsáveis]”. Por
sua vez, Nuno Barata (IL), disse temer que aquilo que aconteceu “tenha
sido o corolário de um conjunto de medidas de prevenção, de manutenção
de equipamentos, que não foi feito ao longo dos tempos”.Pedro
Neves (PAN) alertou que o partido não iria estar a esmiuçar relatórios
sobre o incêndio e considerou que é preciso fazer uma “política de
construção”.Já a deputada Catarina
Cabeceiras (CDS-PP) disse que após o incêndio no HDES, o foco do Governo
Regional tem sido “dar a resposta que é necessária” a curto prazo e
estabelecer “alguma normalidade” nos cuidados de saúde prestados aos
açorianos.João Mendonça (PPM) destacou a
transparência com que a secretária regional da Saúde geriu a situação:
“Desde o início foram fornecidas informações, claras e regulares à
população sobre o progresso das investigações e as medidas tomadas”.“Esta
postura contrasta, fortemente, com a resposta dada pelo antigo Governo
[Regional] do PS ao incêndio do Centro de Saúde de Ponta Delgada,
ocorrido em 2014, onde faltou a comunicação e a transparência, uma
situação que gerou incerteza e desconfiança entre os cidadãos”, lembrou.A
fechar o debate, a socialista Andreia Cardoso afirmou que o partido
defende “a prestação de cuidados de saúde em segurança, com dignidade e
em tempo útil”, e que sejam “alocados todos os recursos humanos,
técnicos e financeiros” para a total recuperação do HDES.