PSD/Açores pede demissão de diretora regional e fala em gestão "abusiva" de IPSS
3 de jan. de 2018, 15:06
— Lusa/AO online
Em
causa está uma notícia de hoje do jornal Açoriano Oriental, que adianta
que Suzete Frias tinha um vencimento bruto de quatro mil euros enquanto
presidente da Arrisca, cargo que abandonou em 2016 para integrar o
executivo açoriano, citando o jornal como fonte uma auditoria da
Inspeção Regional da Saúde aos apoios financeiros prestados à IPSS."Está
em causa uma verba que excede largamente os valores praticados, quer na
administração pública, quer em IPSS, para idênticas funções de técnico
superior na área de psicologia. Quem gere apoios públicos desta forma
abusiva e em benefício pessoal, como fez a dra. Suzete Frias enquanto
presidente da Arrisca, não pode continuar a merecer confiança política
para administrar dinheiros públicos", advoga a porta-voz do PSD/Açores
para as questões sociais, Mónica Seidi, em nota enviada pelo partido às
redações.Para
os sociais-democratas, o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro
(PS), "premiou esta utilização abusiva de dinheiros públicos" ao
convidar Suzete Frias a integrar o executivo em novembro de 2016, "nove
meses após tomar conhecimento das denúncias feitas na referida
auditoria", acusa o PSD.Na
referida auditoria, a que a agência Lusa teve também acesso, é referido
que o vencimento da antiga presidente da Arrisca provinha de três
entidades distintas: da Segurança Social, de receitas próprias da
associação e da Secretaria Regional da Saúde.A
deputada e porta-voz do PSD/Açores para as questões sociais diz não
confundir esta situação com o "trabalho de centenas de voluntários que,
por toda a região, asseguram, sem qualquer interesse pessoal e sem
remuneração, o funcionamento de dezenas de IPSS que se substituem ao
Estado no auxílio àqueles que mais precisam".De
todo o modo, Mónica Seidi é perentória: "O PSD/Açores entende que a
dra. Suzete Frias não reúne condições para continuar no cargo de
diretora regional de Prevenção e Combate às Dependências e deve
demitir-se imediatamente.A
direção atual da Arrisca, que a agência Lusa tentou contactar sem
sucesso, defende na auditoria que Suzete Frias foi admitida na
associação com uma remuneração base de 1.159 euros, mas "aquando da
assinatura deste primeiro contrato ficou, desde logo, acordado rever e
aumentar a sua remuneração na medida em que o crescimento das atividades
e respetivo financiamento o possibilitasse, o que veio a ocorrer de
forma faseada".Suzete
Frias, é também referido, exerceu a "título pró-bono e voluntariamente o
cargo de presidente de direção" da IPSS, "não auferindo qualquer
compensação financeira pela sua representatividade neste órgão", dizendo
o seu vencimento respeito "às funções que a mesma desempenha enquanto
trabalhadora da associação".A
Lusa tentou também obter um comentário do Governo açoriano, através da
Secretaria Regional da Saúde, mas até ao momento tal não foi possível.