PSD/Açores pede comissão de inquérito ao incêndio no hospital de Ponta Delgada
1 de fev. de 2025, 13:24
— Lusa
“Os danos
causados na infraestrutura do HDES e as restrições à sua
operacionalidade impõem o apuramento das causas que conduziram à
ocorrência do incêndio de 04 de maio de 2024”, refere o partido em
comunicado hoje divulgado.Segundo a nota, o
requerimento entregue ao presidente da Assembleia Legislativa açoriana
para formalizar a constituição da comissão parlamentar de inquérito é
subscrito por 12 deputados do PSD/Açores.A
constituição da comissão de inquérito é obrigatória, “sempre que
solicitada por um quinto dos deputados do parlamento”, lembram os
social-democratas açorianos.O regime
jurídico das comissões de inquérito da Assembleia Legislativa da Região
Autónoma dos Açores define que, “os inquéritos parlamentares realizam-se
mediante deliberação do plenário da Assembleia Legislativa, revestindo a
forma de resolução, ou a requerimento de, pelo menos, um quinto dos
deputados em efetividade de funções, até ao limite de um por deputado e
por sessão legislativa”. O parlamento açoriano tem 57 deputados.“A
perturbação no funcionamento do Serviço Regional de Saúde, decorrente
do incêndio no HDES, implica, igualmente, uma avaliação rigorosa de
todos os procedimentos adotados com vista à retoma da prestação de
cuidados aos utentes, em segurança para os seus doentes e para os
profissionais de saúde”, sustenta o partido.A
comissão parlamentar de inquérito ao incêndio no HDES, na ilha de São
Miguel, terá como objetivo “apurar os factos antecedentes” ao fogo
naquela unidade hospitalar, “com relevo direto ou indireto naquela
ocorrência, avaliar eventuais responsabilidades e analisar todos os
procedimentos adotados com vista à retoma da prestação de cuidados de
saúde”. Na quinta-feira, o PS/Açores
anunciou que iria propor a criação de uma comissão parlamentar de
inquérito devido ao “caos” no setor da saúde e às medidas implementadas
pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) após o incêndio no hospital de
Ponta Delgada.Segundo disse fonte oficial
do partido à agência Lusa, o PS/Açores pretende “apurar
responsabilidades” pela situação da saúde na região, denunciando “falta
de respostas” aos utentes, “conflitos” entre as administrações
hospitalares e a “incompetência” da secretária da Saúde do executivo
açoriano para “resolver a situação”.O
Chega/Açores também requereu o agendamento de um debate de urgência na
Assembleia Legislativa, para a sessão de fevereiro, sobre o hospital de
Ponta Delgada, alegando que é preciso esclarecer "todas as decisões"
tomadas após o incêndio.As reações dos
partidos surgiram depois de o ex-vogal do conselho de administração do
HDES António Vasco Viveiros ter dito, numa comissão parlamentar, que a
construção de um hospital modular, para dar apoio à infraestrutura, foi
decidida pela direção clínica e assumida pela tutela, sem que tivesse
sido votada pelo conselho de administração.António Vasco Viveiros disse ainda que, em agosto, teria sido possível reabrir na totalidade o edifício afetado pelo fogo.Também
na quinta-feira, a secretária regional da Saúde dos Açores acusou o PS
de “fazer politiquice” com a recuperação do hospital de Ponta Delgada e
garantiu que quer continuar a “trabalhar em prol dos açorianos”.“Mais
uma vez, temos o maior partido da oposição, em vez de contribuir para
soluções, a querer causar ruído e a querer fazer politiquice com isto”,
afirmou Mónica Seidi, em declarações aos jornalistas.O
hospital de Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um
incêndio em 04 de maio de 2024, que obrigou a deslocalizar serviços e
doentes do HDES para outras unidades de saúde na região, para a Madeira e
para o continente.Entretanto, o executivo
dos Açores instalou um hospital modular para garantir a transição até à
requalificação estrutural do HDES.O
presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, irá visitar, no
domingo, a estrutura modular do HDES, acompanhado pela ministra da
Saúde, Ana Paula Martins, segundo a agenda oficial hoje divulgada.