PSD/Açores fala de “economia pujante e em crescimento contínuo”, oposição discorda
11 de jul. de 2024, 15:01
— Lusa/AO Online
“É
hoje claro e evidente que os Açores apresentam uma economia pujante e
em crescimento contínuo: a convergência do PIB [Produto Interno Bruto]
(…) dos Açores, em relação com o país, é a melhor desde 2016 e, no que
se refere à convergência com a União Europeia, a melhor nos últimos 11
anos”, afirmou o deputado Bruto da Costa.Numa
declaração política, no terceiro dia dos trabalhos da sessão plenária
ordinária de julho da Assembleia Legislativa, na Horta, na ilha do
Faial, o deputado social-democrata acrescentou que o PIB dos Açores “era
de 4.469 milhões de euros em 2019, passando para 5.110 milhões de euros
em 2022”, registando “um crescimento de 641 milhões de euros, que se
traduz num aumento superior a 14%”.Segundo
o parlamentar do PSD, no arquipélago açoriano o Indicador de Atividade
Económica “cresce há 34 meses consecutivos” e o Indicador de Consumo
Privado “cresce há 36 meses consecutivos”.“Estes
resultados são fruto do empenho dos trabalhadores e dos empresários
açorianos, das medidas do Governo Regional dos Açores [PSD/CDS-PP/PPM]
liderado por José Manuel Bolieiro e do período de estabilidade de
políticas públicas que a região atravessa”, justificou.No
debate, o deputado do PS Carlos Silva considerou que alguns dos números
apresentados pelo PSD “são bons”, mas existem áreas que enfrentam
problemas, como a saúde (devido ao incêndio no hospital de Ponta
Delgada), a educação (falta de professores e de assistentes
operacionais), a agricultura e as pescas. A nível social, indicou que a
região “aumentou a sua taxa de risco de pobreza” e as empresas
“enfrentam uma grave carência de mão-de-obra”.“O
PIB cresceu, é verdade, mas a taxa de crescimento da dívida cresceu
muito acima do crescimento do PIB e isso onera as gerações futuras.
Temos atrasos a fornecedores, temos prejuízos nas empresas públicas, no
primeiro trimestre, em quase todas, com exceção da Eletricidade dos
Açores (EDA)”, assumiu.Carlos Silva
afirmou ainda que a região “enfrenta hoje grandes dificuldades, grande
instabilidade, e uma degradação de indicadores sociais, económicos e
financeiros”.Já Francisco Lima (Chega)
alertou que a região continua “com os piores resultados” a nível da
esperança de vida e de população e “a máquina do Estado não encolheu
absolutamente nada e até aumentou”.O
parlamentar António Lima (BE) salientou que a riqueza criada “não é
distribuída da mesma forma por todos” e os Açores “são a região com os
índices de desigualdade mais elevados”.Já
Nuno Barata (IL) disse que o PSD abordou a economia regional e não
tratou de questões transversais “porque não convém” e esqueceu “o
aumento da taxa de pobreza e de exclusão social”. O
deputado João Mendonça (PPM) reconheceu que os bons resultados
alcançados pelo executivo regional “são incontestáveis” e como eleito
pela ilha do Corvo referiu que “desde que a coligação chegou ao poder, a
ilha do Corvo entrou no mapa dos Açores”.Por
sua vez, Catarina Cabeceiras (CDS-PP) deu conta da necessidade de serem
revertidos os indicadores “menos positivos” que se verificam na região.O
secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo
Estêvão, disse que a intervenção do PSD “faz todo o sentido”, porque “é
necessário, em todos os momentos, puxar os Açores para cima”.Referindo-se
à bancada socialista, aconselhou: “Não esqueçam o vosso passado, porque
podem repetir os erros que cometeram. (…) Façam aquilo que ainda não
fizeram, que é uma autocrítica sobre aquilo que não correu bem”.Paulo
Estêvão lembrou ainda que o executivo tem três anos e sete meses de
governação e o PS reivindica permanentemente que se faça aquilo que ele
não conseguiu fazer em 24 anos, quando esteve no poder.