Autor: Lusa/AO Online
O Grupo SATA encerrou as contas de 2017 com prejuízos de 41 milhões de euros, valor que quase triplicou em relação a 2016 (14 milhões), revela o relatório e contas da companhia, a que a Lusa teve acesso.
As contas foram aprovadas em Assembleia Geral da SATA, SGPS a 21 de junho e foram depositadas no registo comercial a 09 de julho.
Para os social-democratas, "o prejuízo recorde de 41 milhões de euros registado nas contas de 2017 é motivo de enorme apreensão", afirmando que "a sustentabilidade da SATA nunca esteve tão ameaçada, pondo em risco a continuidade de um serviço público de transportes aéreos nos Açores".
Numa nota enviada às redações, e assinada pelo porta-voz do PSD/Açores para as áreas de Economia e Finanças, António Vasco Viveiros, o partido acusa o Governo Regional, que tutela a companhia aérea açoriana, de ter "ignorado os sucessivos alertas dos trabalhadores, da sociedade civil e dos partidos da oposição".
"Aliás, a carta enviada há quase um ano pelo líder do PSD/Açores ao Presidente do Governo – contendo propostas e soluções concretas para os problemas da empresa – continua sem resposta", sustenta o comunicado, afirmando que o chefe do executivo açoriano, Vasco Cordeiro, "deixou numa década um rasto de destruição na SATA, primeiro como secretário regional da Economia e depois como presidente do Governo Regional".
O PSD/Açores lembra que em 2008 "a SATA vivia uma situação confortável, com capitais próprios positivos de 30 milhões de euros", mas "no final de 2017, a companhia afundou-se financeiramente, com o Grupo a registar capitais próprio negativos no valor de 133 milhões de euros".
O partido aponta que "as sucessivas ingerências do Governo Regional e do Partido Socialista na gestão da SATA custaram mais de 160 milhões de euros, em 10 anos, à companhia aérea de todos os açorianos", e acrescentam que "Vasco Cordeiro conseguiu o que ninguém julgava possível: destruir uma empresa que ajudou a construir a identidade dos Açores como Região".
De acordo com o relatório e contas, os prejuízos da companhia aérea açoriana aumentaram substancialmente, face ao ano anterior, apesar de a SATA ter registado, no mesmo período, um aumento das vendas de 14,2 milhões de euros.
Na nota de imprensa, o deputado do PSD/Açores refere ainda que "a revelação das datas da aprovação das contas da SATA em Assembleia Geral (21 de junho) e do depósito da prestação de contas no registo comercial (9 de julho) comprova, se ainda havia dúvidas, que o Governo Regional escondeu as contas dos açorianos".
"A ocultação das contas da SATA contou ainda com a colaboração ativa dos deputados do Partido Socialista na Comissão Parlamentar de Inquérito ao Setor Público Empresarial", segundo o PSD/Açores, exigindo que o Governo Regional e os deputados do PS/Açores se "retratem das acusações feitas ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, que se limitou a agir no estrito cumprimento da lei".