PSD/Açores defende projeto de cabos submarinos
10 de fev. de 2023, 17:30
— Lusa/AO online
Em comunicado, o partido
referia-se ao cabo submarino CAM (continente-Açores-Madeira), que se
prevê que entre primeiro na ilha Terceira, seguindo depois para a ilha
de São Miguel, onde ligará ao cabo já existente para o arquipélago da
Madeira.Quanto ao “ponto de saída para o
Continente ser na Terceira ou São Miguel, corresponde a uma diferença de
2 milissegundos, o que constitui um fator irrelevante”, afirmou o
deputado regional Flávio Soares, após uma reunião do Conselho de Ilha de
São Miguel. O parlamentar destacou as
vantagens para a ilha de São Miguel do futuro cabo submarino de
telecomunicações, com uma capacidade “50 vezes superior à atual”.“É
preciso que se construa e se efetive este projeto. Vai ser bom para os
Açores na sua totalidade e com este projeto a Região saí sem dúvida a
ganhar”, sublinhou o deputado social-democrata, citado num comunicado
divulgado pelo partido.“Temos de estar
unidos para que a Região Autónoma dos Açores passe a ter um cabo com
capacidade quase 50 vezes superior à do atual, sendo que o atual se
pontua nos 135 Gigabits, enquanto o novo atingirá os 6,4 Terabytes”,
sublinhou. Flávio Soares defendeu ainda
que é preciso que a região esteja unida para que "passe a ter um cabo
com preços mais baratos para os operadores, aumentando a concorrência”.
“Temos de estar unidos para que esses custos inferiores para os
operadores se reflitam em preços mais baixos para famílias e empresas
açorianas”, sustentou.O deputado do
PSD/Açores disse que “ficou demonstrado" na reunião do Conselho de Ilha
que "este é um projeto do Governo da República"."Isto
é inequívoco. O Governo Regional não se opõe ao projeto que foi
apresentado, tendo em conta as conclusões apresentadas pelo Grupo de
Trabalho”, acrescentou. O que interessa “é
a substituição rápida e eficaz e a atuação rápida e eficaz do Governo
da República na resolução deste problema para o qual estamos a caminhar a
passos largos para o seu tempo limite”, vincou o deputado do
PSD/Açores, criticando o facto do Governo da República “não ter
prestado" ao executivo açoriano, "entre abril de 2021 e janeiro de 2023,
informação acerca do projeto”.Em 23 de
janeiro a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada alertou que a
configuração proposta para os novos cabos submarinos “prejudica
gravemente o potencial socioeconómico” de São Miguel, porque a ilha fica
sem ligação direta ao continente.Em
comunicado, a associação representativa dos empresários micaelenses
considerava “muito preocupante” que se realize uma “alteração estrutural
da configuração existente” dos cabos submarinos “sem “divulgar os
estudos técnicos que a suportam”, lembrando que atual disposição “tem
funcionado bem”.Para a Câmara do Comércio e
Indústria de Ponta Delgada, a nova configuração é uma “solução errada”,
porque “prejudica” São Miguel, a ilha com a “maioria do tráfego e das
infraestruturas digitais”.“Existem
soluções alternativas que devem ser adotadas, que melhoram o sistema sem
prejudicar nenhuma ilha, ao contrário do que acontece com a proposta
que veio a público e que prejudica gravemente o potencial socioeconómico
de São Miguel”, criticou.Em 13 de
janeiro, o Chega/Açores pediu esclarecimentos ao Governo Regional sobre o
“desvio” para a ilha Terceira da principal ligação de cabos submarinos à
região, questionando se a ilha de São Miguel perderá a ligação
submarina direta a Lisboa.Três dias
depois, o presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo disse
que a opção de ligar o cabo submarino do continente português à ilha
Terceira foi “estritamente técnica”, acusando o deputado do Chega/Açores
de “bairrismo”.