PSD/Açores defende criação de Observatório de Dependências
16 de out. de 2019, 13:22
— Lusa/AO Online
O
parlamentar, responsável por uma interpelação ao executivo açoriano
sobre o Estudo de Caracterização dos Comportamentos Aditivos na Região
Autónoma dos Açores, que intervinha na Horta, ilha do Faial, na sessão
plenária de outubro, explicou que se pretende que o organismo
“monitorize a evolução do fenómeno” das dependências e “proporcione
informação sistematizada para apoio à decisão em matéria de políticas
públicas de prevenção e combate às dependências na região”.Para
o deputado social-democrata, uma vez que o relatório aponta a “falta de
empenho e colaboração de diversas unidades de saúde” na realização do
estudo, o que “é grave”, “exige-se o apuramento dos motivos da falta de
colaboração”.A deputada socialista Renata
Botelho lamentou que o PSD/Açores se tenha antecipado com esta
iniciativa parlamentar à audição da secretária regional da Saúde sobre
esta matéria, em sede da Comissão Parlamentar dos Assuntos Sociais, e a
um debate que se pretendia “sem limites regimentais” no parlamento,
considerando que se recorreu a um “truquezinho” e a uma “trica vulgar”, o
que revela um partido com uma “abordagem vazia”.Segundo
a parlamentar, os resultados do estudo “são encorajadores”, surgindo
“patamares bem mais animadores” num problema que “convoca a máxima
atenção e todos os esforços”. O líder da
bancada social-democrata, Luís Maurício, reagiu às declarações da
deputada socialista para afirmar que o PSD encara esta matéria como de
“extraordinária importância”, tendo surgido em plenário com “sentido de
responsabilidade” para discutir um estudo que foi apresentado em julho.Luís Maurício questionou ainda sobre o “que dirão as famílias açorianas às palavras da deputada”, recusando-as “por inteiro”.Para
a deputada centrista Catarina Cabeceiras, no capítulo das dependências,
matéria em que reconheceu progressos, “nem tudo está a ser feito e bem
feito, e muitas coisas estão a falhar”, sendo que os esforços “não estão
a ter os resultados desejados”. Paulo
Mendes, da bancada parlamentar do BE/Açores - partido que em 2017 fez
aprovar uma iniciativa no parlamento para a realização do estudo agora
em apreciação - defendeu a necessidade de se apostar na prevenção
precoce, destacando o facto de o álcool ser o mais consumido no capítulo
das dependências, com prejuízos para a saúde e em termos sociais.Na
perspetiva do deputado comunista João Corvelo, uma das razões de
consumo está relacionada com “falta de perspetiva de futuro”, como no
emprego, o que “torna os jovens açorianos mais vulneráveis”, havendo uma
componente económica e social do problema que “não deve ser ignorada”.A
secretária regional da Saúde, Teresa Machado Luciano, declarou na
sequência da interpelação do PSD/Açores, que o estudo tem um “grau de
fiabilidade muito elevado”, uma vez que incidiu sobre uma amostra de
12.000 jovens, “muito acima dos 1.500 inicialmente previstos”. O
estudo apresenta ainda uma “grande vantagem”, uma vez que indica
“pontos comuns e divergências entre as nove ilhas”, deixando o Governo
Regional em “condições de continuar com soluções adaptadas a cada
realidade, a par das medidas e programas transversais ao território e já
em curso, permitindo otimizar os recursos existentes e potenciar os
ganhos em saúde”.