PSD/Açores considera insuficiente apoio comunitário alocado para pandemia
11 de set. de 2020, 15:46
— Lusa/AO online
Numa
reação ao montante que os Açores vão receber em fundos comunitários,
conhecido na quinta-feira, o parlamentar social-democrata admitiu que há
“uma análise mais profunda que é necessário ser concretizada”, mas dá
“nota positiva” à manutenção dos fundos de coesão.Ainda
assim, considera “insuficientes” os fundos comunitários que chegam à
região no âmbito do Plano de Recuperação Europeu, que pretende mitigar
os efeitos da pandemia de covid-19.António
Vasco Viveiros afirma que os cerca de 840 milhões de euros alocados ao
arquipélago neste caso “são inferiores” aos que tinham sido avançados,
que “seriam entre 1.000 e 1.200 milhões de euros”.A
região irá receber, no âmbito dos fundos de coesão, para o período de
programação de 2021 a 2027, 1.359,3 milhões de euros, um aumento de 9%
em relação ao quadro anterior.Já do novo
Plano de Recuperação Europeu, aos 840 milhões de euros acima referidos,
acrescem 198 milhões de euros destinados à recuperação dos danos
causados pelo furacão Lorenzo, que passou na região em outubro de 2019,
totalizando, assim, 1.035,6 milhões de euros ao abrigo deste novo
programa de apoios.Com os apoios
específicos para a Pesca e para a Agricultura ainda por negociar, a
região já garantiu assim 2.394,9 milhões de euros, sendo que o Governo
Regional, baseando-se nos apoios setoriais anteriormente concedidos,
estima que esse montante possa subir para cerca de 3.257 milhões de
euros.Na conferência de imprensa que
ocorreu na tarde de quinta-feira, e em que foram revelados os montantes
alocados à região, o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco
Cordeiro, afirmou que, "comparando todos os fundos comunitários que
estiveram disponíveis para a região no período 2014-2020 com aqueles que
vigorarão no período 2021-2027 - assumindo aqui, por precaução, a
manutenção dos valores dos fundos afetos às Pescas e à Agricultura" -,
os Açores passam de "cerca de 2.112 milhões de euros para 3.257 milhões"
no novo quadro comunitário, num aumento de 92% face ao anterior quadro.António
Vasco Viveiros lamenta que “as primeiras conclusões do governo” tenham
“juntado aquilo que não pode ser tratado de uma forma conjunta, que são
os fundos da coesão e aquilo que decorre da covid-19”.“Aqui
há um manifesto aproveitamento eleitoral, falando-se em quase
duplicação de fundos, quando estamos a comparar o que não é comparável”,
defendeu.Sobre a verba destinada para a
recuperação da passagem do furacão, que causou prejuízos estimados na
ordem dos 330 milhões de euros, António Vasco Viveiros lembra que, “até
agora, a informação que havia e que foi divulgada ao longo dos últimos
meses é que esse esforço para a recuperação do Lorenzo decorria do
esforço da República”.“E agora temos a informação que esse esforço, em parte, em 198 milhões de euros, decorre de fundos europeus”, acrescenta.O
deputado questiona, assim, “se esses fundos europeus não estariam
disponíveis para outras finalidades e não para o Lorenzo”, já que, para
este fim, “havia a promessa de que o Governo da República iria suportar a
totalidade desses fundos”.