PSD/Açores acusa Governo socialista de incentivar o assistencialismo

28 de nov. de 2018, 10:08 — Lusa/AO Online

"O Partido Socialista dos Açores anda a aproveitar-se das desigualdades sociais para aparecer como o bom samaritano, para obrigar as pessoas a manterem-se numa situação de dificuldade", apontou o parlamentar social-democrata, para quem "o que faria sentido, era aumentar os rendimentos dos mais pobres" e não incentivar o "assistencialismo".Contudo, o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, explicou em plenário, durante o debate das propostas de Plano e Orçamento para 2019, que serão votadas esta semana na Assembleia Legislativa dos Açores, que o combate à pobreza deve ser feito de uma forma transversal."A solução para esse flagelo, ao contrário daquilo que o senhor diz, é uma aposta na educação, na saúde e no emprego, e é isso que nós estamos a fazer", insistiu o chefe do executivo, realçando a "abordagem profundamente diferente" que existe entre os dois partidos sobre a matéria da pobreza.João Bruto da Costa voltou a insistir na ideia do assistencialismo promovido pelas políticas sociais e deu como exemplo dessa postura do Governo o anúncio da entrega de cabazes de compras a famílias carenciadas, iniciativa que o deputado do PSD considera não fazer sentido."Isso é ou não manter as pessoas de mão estendida, à espera de receber um cabaz, que os senhores até recusam distribuir, à espera de uma altura melhor! Olha, podia ser no Natal, mas para os senhores nem sequer há Natal, porque, em bom rigor, os senhores nem sequer ligam a essas coisas da religião", defendeu o parlamentar social-democrata.A referência a questões religiosas suscitou críticas por parte de Vasco Cordeiro, lembrando que é católico e que não aceita que a oposição queira dividir os partidos entre crentes e não crentes."Esta visão de um futuro dos Açores, em que há uns que até não ligam muita a essa coisa da religião, querendo, porventura, insinuar que há uns aqui que são os católicos praticantes e os outros, que são os menores da sociedade, que não acreditam nessas coisas, é do pior que eu já ouvi aqui dentro", lamentou o chefe do executivo.João Bruto da Costa admitiu, mais tarde, que não tinha sido "feliz" na sua argumentação e que as suas palavras tinham sido mal interpretadas.