PSD/Açores acusa Governo Regional de “lavar as mãos” no caso da Cofaco
15 de jan. de 2018, 14:31
— Lusa/AO online
“Não
podem os poderes públicos (Governo dos Açores) lavar as mãos desta
situação. Não se pode dizer que isso tem a ver só com a empresa Cofaco
porque, se assim fosse, não se tinham feito as intervenções que se
fizeram noutras empresas”, declarou Duarte Freitas.O
dirigente social-democrata, que falava em Ponta Delgada, na ilha de São
Miguel, em conferência de imprensa, recordou que “há muitos meses” o
partido apresentou uma resolução no parlamento açoriano, em defesa dos
trabalhadores e da manutenção da fábrica da Cofaco, que foi aprovada por
unanimidade, mas que “não teve consequências”.A
administração da conserveira Cofaco, que labora atum, informou na
terça-feira que iria proceder ao "despedimento coletivo" dos 180
trabalhadores da empresa.Na
sequência da decisão, o presidente do Governo Regional dos Açores
lembrou que o executivo açoriano "não se pode substituir" à conserveira
Cofaco."O
Governo Regional não recusa a essa empresa nenhuma das ferramentas que
tem neste momento disponíveis, mas o Governo não se pode substituir à
função de entidade patronal desses trabalhadores e, portanto, tudo
aquilo que nós disponibilizamos para essas situações está ao dispor, mas
há questões que têm a ver com a própria entidade patronal e com a
própria empresa", afirmou Vasco Cordeiro.Duarte
Freitas sustentou que “até para a própria imagem da política tem que
haver consequências em termos políticos e dos poderes públicos em
relação ao que foi aprovado por unanimidade no parlamento regional”.O
líder do PSD/Açores reiterou que o seu partido vai apresentar no
parlamento regional um "plano de ação", com medidas concretas, na área
social, mas também económica, por via do turismo, e não só, no sentido
de atenuar o impacto do despedimento coletivo na Cofaco."O
PSD/Açores vai apresentar uma iniciativa parlamentar para a criação
deste plano de ação, com medidas na área social (e económica), que
possam garantir o rendimento dos trabalhadores, mas que também possam
assegurar a qualificação e a formação destes trabalhadores, no período
em que estiverem sem emprego", explicou o dirigente social-democrata, no
encerramento das jornadas parlamentares do PSD, que decorreram na ilha
do Pico.Na
conferência de imprensa de hoje estiveram presentes os deputados do
partido eleitos pelos Açores para o Parlamento nacional, Berta Cabral e
José Ventura, que vão apresentar uma proposta que visa combater uma
lacuna legislativa que não prevê a justificação de faltas dos
acompanhantes das grávidas inter-ilhas, nem mesmo o seu pagamento.Nos
Açores, onde apenas existem hospitais nas ilhas de São Miguel, Terceira
e Faial, as grávidas têm que se deslocar das restantes ilhas para terem
as crianças.