PSD/Açores acusa Governo Regional de esconder informações sobre operação aérea entre Terceira e Madrid
10 de jan. de 2020, 10:11
— Lusa/AO Online
"Passados quatro meses, o Governo Regional não
respondeu ao referido requerimento, quando tem dois meses para o
fazer", adiantou a vice-presidente da bancada parlamentar do PSD nos
Açores, Mónica Seidi, citada em comunicado de imprensa, acrescentando
que o executivo açoriano "não está interessado em revelar os contornos
da operação". Questionada pela Lusa, fonte
oficial da secretaria regional da Energia, Ambiente e Turismo disse que
executivo iria responder ao PSD, mas sem avançar com uma data.“O
Governo dos Açores vai, naturalmente, responder ao requerimento do
grupo parlamentar do PSD sobre o referido assunto, disponibilizando a
informação solicitada no mesmo”, apontou, numa resposta por escrito.Iniciada
em 2015, a ligação semanal entre a ilha Terceira a Madrid (Espanha) era
operada pela Portugal Tours, com voos da companhia aérea açoriana
Azores Airlines. A rota foi suspensa em outubro de 2017 e retomada em dezembro do mesmo ano com a companhia aérea Air Europa.Em
outubro de 2018, voltou a ser suspensa, mas a secretária regional com a
tutela do Turismo anunciou, em abril de 2019, que a operação seria
retomada em outubro desse ano e que os termos do concurso estavam a ser
finalizados.Em setembro de 2019, a um mês
de terminar a prazo avançado pelo executivo açoriano, e na sequência de
declarações do diretor geral da Portugal Tours em Espanha, que alegava
que o concurso apresentava "condições impossíveis para a aviação", o
PSD/Açores entregou um requerimento no parlamento açoriano, solicitando a
lista de concorrentes admitidos e uma cópia do caderno de encargos do
concurso, mas nunca obteve resposta.Entretanto,
o executivo açoriano disse que o concurso público tinha falhado e que
iria avançar com um ajuste direto, pelo mesmo valor (1,27 milhões de
euros, 975 mil dos quais para a ligação aérea), esperando que a operação
fosse retomada até ao final de 2019."Posteriormente,
[o Governo Regional] tornou o concurso em ajuste direto, mas nem assim a
situação ficou resolvida. Já estamos em janeiro, e até agora não se
vislumbra solução para esta situação, defraudando assim as expetativas
dos empresários terceirenses", salientou Mónica Seidi. Questionada
pela Lusa sobre o ponto de situação do processo, fonte oficial da
tutela disse que “estão a ser finalizadas as comunicações aos
concorrentes relativamente às deliberações tomadas”, sem avançar com uma
data para o início da operação. Segundo a
deputada social-democrata, a operação de Madrid visava "combater a taxa
de sazonalidade" e a sua suspensão "teve impactos negativos na economia
da Terceira, dados os investimentos efetuados pelos empresários
terceirenses"."Uma vez mais, parece-nos
que o Governo não acautelou as condições para que a operação pudesse ser
um êxito. E os terceirenses não podem continuar a ser negligenciados
pelo executivo regional", frisou. Na
resposta por escrito enviada à Lusa, a secretaria com a tutela do
Turismo salientou que em dezembro de 2019 a Terceira beneficiou de
“cerca de quatro mil dormidas adicionais provenientes do mercado
canadiano”, um acréscimo de 20% em comparação com igual período de 2018.