PS viabiliza orçamento de Ponta Delgada, BE lamenta curta aposta em funções sociais
4 de dez. de 2018, 16:27
— Lusa/AO Online
O
orçamento global do município de Ponta Delgada, aprovado em Assembleia
Municipal na semana passada, é superior a 54,7 milhões de euros, dos
quais 42,9 milhões dizem respeito ao orçamento da Câmara Municipal de
Ponta Delgada e 11,9 milhões foram alocados aos Serviços Municipalizados
de Água e Saneamento (SMAS).Para 2018, a autarquia aprovou um orçamento de 54,5 milhões.O
presidente da Câmara, José Manuel Bolieiro, destaca o esforço pela
“redução do endividamento bancário, promovendo, assim, a solidariedade
intergeracional”.“De
dezembro de 2017 a novembro de 2018, os empréstimos bancários
apresentaram uma redução de 1.676 mil euros, representativa de uma
diminuição de 11,8% e, desde 2013 até ao presente o endividamento
bancário reduziu-se em 46,7%, ou seja, 11.008.347 euros”, sublinhou o
autarca, em comunicado.De
acordo com o relatório da Fundação Francisco Manuel dos Santos,
divulgado na passada semana, sobre a governação local em Portugal, Ponta
Delgada é a autarquia com a maior dívida dos Açores, mas o autarca
lembra que foi “o município que mais reduziu a sua dívida” e que é “o
município líder na categoria independência financeira”.O
social-democrata destacou também o esforço pela regularização contínua
do setor empresarial local, como é o caso da empresa Azores Parque.As
taxas de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e a isenção de Derrama
vão manter-se para 2019, uma opção que, admitiu o autarca, vai aumentar
“a despesa pública de caráter social, muitas vezes não contabilizada,
mas reveladora da nossa prioridade”.O
líder do grupo municipal socialista, André Viveiros, afirmou à agência
Lusa que o PS viabilizou a aprovação do orçamento municipal para 2019,
abstendo-se, depois de ter acordado o cumprimento dos compromissos
assumidos pela liderança social-democrata para 2018 que não foram
executados, bem como a afirmação de novas medidas para 2019.“Temos
de dar o aval democrático. Quando se elabora um plano e orçamento, há
sempre uma vontade política que assenta no compromisso eleitoral do
partido que ganhou, e aí temos que respeitar, o PSD é quem ganhou, e aí
aceitamos as propostas”, afirmou o deputado municipal.Entre
as medidas negociadas pelos socialistas estão a ligação da Avenida D.
João III à Avenida João Bosco Mota Amaral e a elaboração dos planos de
ordenamento do centro da cidade e para a frente marítima na zona de São
Roque.Já a
representante do Bloco de Esquerda, Vera Pires, admitiu que votou contra
a proposta porque “no geral, não há, ao contrário do discurso que é
feito pelo PSD, uma verdadeira aposta nas funções sociais com a força”
necessária.Segundo
a deputada municipal, “a Câmara de Ponta Delgada acaba por, mais uma
vez, e na sequência do que já vem sendo crónico, apostar na grande
festa, na grande atividade pontual que enche o olho, em detrimento de
medidas de fundo e de reestruturação de serviços que são importantes
para a vida pessoas, como a melhoria dos transportes públicos, o
alargamento da rede de 'minibus', a aposta em veículos elétricos e a
interligação, entre os transportes urbanos e os transportes regionais”.