PS vai presidir à comissão de inquérito sobre a TAP mas defendia que devia ser o Chega
1 de fev. de 2023, 18:01
— Lusa
Na última conferência de líderes,
tinha sido explicado que havia um empate entre Chega e PS seguindo o
habitual método de Hondt na distribuição das presidências das comissões
parlamentares, tendo ficado a decisão para a reunião de hoje.“O
desempate tem sido resolvido até agora pelos serviços da Assembleia da
República dando prioridade ao grupo parlamentar com mais presidências,
mais deputados. O grupo parlamentar do PS tem um entendimento diferente,
considerando que se o Regimento é omisso se deveria aplicar a
legislação eleitoral e dar prioridade aos que têm menos eleitos”,
afirmou aos jornalistas o presidente da bancada socialista, Eurico
Brilhante Dias, no final da conferência de líderes.Ou seja, para o PS, “o procedimento era claro e a presidência seria do Chega”.No
entanto, acrescentou, os restantes partidos defenderam que, na atual
sessão legislativa, se deveria manter o procedimento seguido até agora e
que explicitasse na revisão Regimento em curso esta situação, passando a
haver novas regras a partir de setembro na nova sessão.“Não
queremos tornar uma questão procedimental em questão política, por
isso, essa presidência será do PS”, assumiu Brilhante Dias.Questionado quem indicará para esse lugar, o líder parlamentar socialista não quis ainda torná-lo público.Questionado
pela comunicação social sobre a notícia do Público de que o ex-ministro
das Infraestruturas Pedro Nuno Santos só assumirá o lugar de deputado
em julho, o líder parlamentar do PS considerou que “essa é uma decisão
individual”.“Digo o mesmo que disse da
última vez: este grupo parlamentar é o grupo parlamentar do Pedro Nuno
Santos, do seu partido, sem prejuízo das circunstâncias em que regressa
ao grupo parlamentar é com muito gosto que o acolhemos aqui. E tenho a
certeza que teremos um grupo parlamentar mais valioso com a sua
participação”, disse, apenas.A Assembleia
da República debate hoje a proposta do BE de constituição de uma
comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP,
que tem aprovação garantida, e outra do Chega, que deverá ser rejeitada.As propostas serão votadas depois na sexta-feira.Em
06 de janeiro, o BE entregou no parlamento o texto que propõe que a
comissão de inquérito “à tutela política da gestão da TAP” incida em
particular entre 2020 e 2022, averiguando a entrada e saída da antiga
governante Alexandra Reis e as responsabilidades da tutela nas decisões
tomadas.Os bloquistas pretendem que seja
averiguado pelo parlamento o “processo de cooptação, nomeação ou
contratação de Alexandra Reis para a administração” da companhia aérea,
bem como “dos restantes administradores e os termos da aplicação do
respetivo enquadramento jurídico”.O
partido quer ver ainda esclarecido “o processo e a natureza da nomeação
de Alexandra Reis para o Conselho de Administração da NAV e a eventual
conexão com o processo de saída do Conselho de Administração da TAP”.Do
objeto do inquérito parlamentar defendido pelo BE faz ainda parte o
processo de desvinculação de membros dos órgãos sociais da TAP e “a
prática quanto a pagamentos indemnizatórios”, bem como “as remunerações
pagas aos membros dos órgãos sociais”, nas suas várias componentes.