PS/Santa Maria lamenta fim de transporte marítimo de passageiros para aquela ilha açoriana
9 de ago. de 2021, 15:39
— Lusa/AO Online
“Foi
com total desagrado que, na sexta-feira, tomámos conhecimento, através
de uma resolução do Conselho de Governo, de que o serviço público de
transporte [marítimo] de passageiros e viaturas para a ilha de Santa
Maria será simplesmente extinto, pelo menos durante os próximos dois
anos, podendo mesmo chegar a três”, afirmou Bárbara Chaves, secretária
coordenadora do PS/Santa Maria, citada em nota de imprensa.Na
sexta-feira, o Governo Regional divulgou, em comunicado, as
deliberações do Conselho de Governo, em que foram aprovadas “as
obrigações de serviço público” e autorizado o lançamento de um concurso
público internacional “com vista à celebração do contrato de
fornecimento do serviço público de transporte marítimo regular de
passageiros e de viaturas” entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge e
de passageiros entre as ilhas das Flores e do Corvo”.Quanto
ao transporte marítimo sazonal de passageiros e de viaturas, diz
respeito, de acordo com o Conselho de Governo, às “ilhas do grupo
central” (Faial, Pico, São Jorge, Terceira e Graciosa).Ficam,
assim, de fora deste concurso as ilhas do grupo oriental, São Miguel e
Santa Maria, onde havia uma operação sazonal, e deixa de haver ligação
marítima entre os três grupos (oriental, central e ocidental) durante o
verão.Para a
deputada eleita pelo círculo eleitoral de Santa Maria, “apesar de ter
aspetos a melhorar”, o serviço público de transporte marítimo de
passageiros garantido pela Atlânticoline “era um caminho que estava a
ser trilhado e que tinha o benefício claro de unir Santa Maria às outras
ilhas, via marítima”.“Compreendemos
que, durante esta fase de pandemia, esse serviço não se faça, mas não
podemos aceitar que, durante os próximos dois ou três anos, Santa Maria
seja totalmente excluída desse serviço, que é um serviço público, que
deve manter-se público e ao serviço de todos e sobre o qual, nós
marienses, também o pagamos através dos nossos impostos”, acrescentou.Bárbara
Chaves considera que, com esta medida, o Governo Regional está a dizer
que “Santa Maria não merece receber turistas via marítima, que a carga
rodada que Santa Maria envia para outras ilhas não será possível, mas
também que as famílias de Santa Maria não poderão ir a São Miguel e,
comodamente, levar o seu carro”.“Estamos
ainda a dizer que os intercâmbios e as viagens feitas por centros de
convívio de São Miguel, não vão poder acontecer; que os nossos festivais
de verão não vão ter a adesão de outros anos, simplesmente porque a
SATA não vai conseguir fazer voos equivalentes ao número de passageiros
transportados via marítima em épocas de festivais”, acrescentou.Para
a deputada, isto implica ainda que “os jovens que utilizavam esse
transporte para eventos desportivos durante o verão terão mais
dificuldade em neles participar”.Por
outro lado, “que a logística de vinda das viaturas para o Rally de
Santa Maria terá custos acrescidos, à semelhança do que acontece este
ano”.Bárbara
Chaves refere ainda que “todo o investimento feito no cais ferry, no
reforço dos pilares e melhoria no edifício, foram simplesmente em vão e
que poderá acabar por se tornar um mono em plena zona portuária”.Para
Bárbara Chaves, “esta exclusão” é “um forte retrocesso para ilha de
Santa Maria” e um “total desrespeito para com os marienses”, que o PS
não vai “deixar passar em claro”.