PS quer reunir-se com hospitais que têm urgências encerradas
5 de ago. de 2024, 11:54
— Lusa/AO Online
O
anúncio foi feito à agência Lusa pelo coordenador do Grupo Parlamentar
do PS para a área da saúde, João Paulo Correia, na sequência do
encerramento este fim de semana de mais de 10 urgências de
Ginecologia/Obstetrícia e de Pediatria no país.“Face
à gravidade dos problemas que o SNS está a enfrentar, o grupo
parlamentar do PS vai pedir reuniões com as administrações destas ULS
[Unidades Locais de Saúde] e vai pedir para que essas reuniões aconteçam
na próxima semana”, disse João Paulo Correia.Segundo
o coordenador, estas reuniões irão permitir “chegar a um nível de
informação” que o PS considera que “é importante passar para o público e
para a opinião pública”.Para João Paulo
Correia, a situação que se vive no Serviço Nacional de Saúde mostra que
“o plano de emergência apresentado pelo Governo para a área da saúde
está a falhar”, o que considerou ser “manifestamente preocupante, porque
tem atingido milhares de pessoas que procuram o SNS diariamente”.“O
encerramento das urgências pediátricas, de obstetrícia, ginecologia em
alguns hospitais do país, longe daquilo do que era o esperado, mostram
que as medidas do plano de emergência para a saúde não estão a responder
àquilo que foi o prometido e isto também se deve à falta de planeamento
e de programação por parte da nova Direção Executiva”, criticou.O
deputado socialista considerou preocupante a “postura reativa” da nova
Direção Executiva do SNS, “o silêncio” da ministra da Saúde nas últimas
semanas, assim como o Governo ainda não ter conseguido chegar a acordo
com os profissionais de saúde, o que disse acrescentar “ainda mais
instabilidade ao dia-a-dia do SNS”.”Perante
o silêncio da senhora ministra da Saúde, de uma nova Direção Executiva
que não é capaz de planear e programar, o grupo parlamentar do PS
entende que o primeiro-ministro deve dar uma explicação aos portugueses
sobre os falhanços da governação na área da saúde e, acima de tudo, dar
garantias sobre aquilo que o Governo pensa fazer no imediato, porque as
próximas semanas, o mês de agosto e também o mês de setembro
antecipam-se como muito problemáticos em muitos hospitais do país”,
alertou. Para João Paulo Correia, “o
Governo não tem desculpas para estas falhas”, uma vez que as
dificuldades que o SNS vive na altura de verão, devido à falta de
médicos para assegurar as escalas, “não é nada de novo”. Mas,
vincou, “os problemas superam aquilo que era a antecipação das
dificuldades que o SNS enfrenta durante o verão”, frisando que “o plano
de verão que o Governo também prometeu para esta altura, já se percebeu
que não existe, ou se existe, falhou redondamente”.Perante
esta situação, o coordenador reiterou que o chefe do Governo, Luís
Montenegro, “não pode continuar sem dar uma explicação ao país”, e deve
“apresentar medidas que, de facto, respondam às dificuldades do SNS,
conforme prometeu na altura da campanha eleitoral”.Disse
ainda que o que está a acontecer vem na linha dos alertas dados pela
Ordem dos Enfermeiros, pela Ordem dos Médicos e pelos sindicatos da área
da saúde.“Tudo aquilo que está a
acontecer tem confirmado os piores receios vindos de entidades que não
são entidades políticas, mas são entidades que operam no setor”,
comentou João Paulo Correia, considerando o exemplo “mais assustador”
haver grávidas a ter os seus filhos a 200 quilómetros de distância. Realçou
que o caso do Hospital de Leiria - onde existem constrangimentos na
Urgência Ginecológica/Obstétrica até 19 de agosto e onde, a partir de
segunda-feira, não é disponibilizado qualquer atendimento urgente nesta
área - “é alarmante e deve mobilizar o Governo ao mais alto nível”.