PS nega que empresas tenham começado a abandonar Terceira Tech Island no anterior executivo
21 de set. de 2022, 18:44
— Lusa/AO Online
“Não é verdade que
as empresas começaram a abandonar o projeto na vigência do anterior
governo, ao contrário do afirmado. A realidade é que, até ao fim do
mandato do anterior governo, cada vez mais empresas se instalavam na
Praia da Vitória no âmbito do projeto Terceira Tech Island e mais
empresas estavam a planear instalar-se”, avançou o PS/Terceira, em
comunicado.Lançado em 2017 pelo executivo
regional do PS, com o objetivo de mitigar o impacto da redução militar
norte-americana na base das Lajes, que eliminou cerca de 400 postos de
trabalho, o projeto Terceira Tech Island visava a criação de um polo de
empresas tecnológicas na ilha.O Governo
Regional assegurava o pagamento de formação de curta duração em
programação e o custo das rendas dos espaços onde se instalavam as
empresas, estando prevista a recuperação do edifício onde funcionava a
escola da Força Aérea norte-americana na base das Lajes para esse efeito
no futuro.Entre 2018 e 2020,
instalaram-se na Praia da Vitória mais de 20 empresas da área digital,
que criaram cerca de 170 empregos, mas, segundo o PS, desde que o atual
executivo tomou posse, em novembro de 2020, cinco empresas já
abandonaram o projeto.Na sexta-feira, o
vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima, rejeitou que a saída
das empresas do Terceira Tech Island estivesse relacionada com a tomada
de posse do atual Governo Regional.“Já
vinham a abandonar no anterior governo. Aliás, em 2019 e em 2020 houve
empresas que abandonaram, outras que reduziram substancialmente o número
de funcionários. Eu próprio, quando era deputado [do CDS-PP] denunciei
essa situação. Não tem nada a ver com a mudança de governo”, afirmou, em
declarações à Lusa.Artur Lima falava à
margem da inauguração de uma empresa, anteriormente instalada no
Terceira Tech Island, que se mudou para instalações maiores no concelho
vizinho de Angra do Heroísmo.O governante, que não tem o projeto na sua tutela, disse que Terceira Tech Island terá continuidade, mas “está em reanálise”.“As
empresas não podem estar indefinidamente instaladas no Terceira Tech
Island, com funcionários subsidiados, com rendas pagas e a viver de
subsídios. As empresas têm a primeira subsidiação para instalação, de
‘start up’, depois têm de caminhar”, frisou.Os
socialistas da ilha Terceira acusaram o vice-presidente do executivo
açoriano de procurar “desvalorizar” o projeto e “disfarçar a total
incapacidade do atual Governo regional em o manter”.“Passados
quase dois anos, mais nenhuma empresa se instalou no Terceira Tech
Island e já cinco empresas abandonaram a Praia da Vitória neste período.
A formação de novos programadores deixou de ser apoiada, deixando as
empresas ainda instaladas sem poderem recrutar novos programadores e
continuarem a crescer”, apontaram.O
PS/Terceira disse ainda que Artur Lima transmitiu “erradamente” a ideia
de que as empresas apenas se instalavam na Praia da Vitória “porque
recebiam subsídios infinitos”.“As empresas
nunca estiveram indefinidamente instaladas, com funcionários
subsidiados infinitamente e a viver de subsídios”, sublinhou.Os
socialistas terceirenses reiteraram que a continuidade deste projeto “é
a forma mais eficaz e com menor custo de atrair talento, criar emprego
qualificado, gerar riqueza local e oferecer novas oportunidades para
todos os que ousam abraçar uma carreira de programador de software”. “O
PS/Terceira defende a manutenção do apoio à formação de recursos, uma
vez que é este o principal ativo que atrai empresas a instalarem-se na
ilha Terceira, em especial na Praia da Vitória, cidade que ainda não
conseguiu recuperar dos profundos efeitos da redução da atividade da
base das Lajes”, salientaram.