PS/Madeira vai aguardar pelo desfecho dos processos relacionados com corrupção
15 de fev. de 2024, 10:16
— Lusa/AO Online
“O PS
acredita na justiça e atua com os factos que são conhecidos”, disse o
dirigente socialista madeirense na sede do PS, no Funchal, questionado
pelos jornalistas à margem da apresentação do manifesto eleitoral da
candidatura do partido, “Madeira a nossa causa”, às legislativas
nacionais de 10 de março, pelo círculo da Madeira.Paulo
Cafôfo comentava assim a decisão do juiz de instrução criminal de
libertar o ex-presidente da Câmara do Funchal Pedro Calado (PSD) e dois
empresários 22 dias depois de terem sido detidos no âmbito de uma
investigação a alegada corrupção na Madeira.O
responsável do PS/Madeira referiu que “há na região uma rede de
conluio” em negócios na Madeira que o partido tem denunciado,
acrescentando que “cabe à Justiça tomar as respetivas decisões e
deliberações”.“O que nos interessa não é
fazer justiça”, declarou, argumentando ser mais importante o facto de
toda esta investigação do Ministério Público na Madeira ter provocado
uma crise política e de o PS estar “muito empenhado em fazer parte da
solução (...) e resolver todo este imbróglio criado”.O
líder socialista madeirense atestou que o partido “mantém tudo o que
disse” em relação a esta situação” porque o “processo está ainda em
averiguação, não foi fechado e a posição do PS mantém-se inalterada”,
nomeadamente necessidade de eleições antecipadas.“Queria
dizer que o processo ainda não fechou. Há outros processos que vão
decorrer e nós temos de aguardar pelo desfecho dos mesmos”, reforçou.O
ex-autarca do Funchal Pedro Calado e os dois empresários detidos há
três semanas no âmbito da investigação a suspeitas de corrupção na
Madeira ficaram hoje em liberdade, sob termo de identidade e residência,
determinou o juiz de instrução.Segundo o
despacho do juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de
Instrução Criminal, em Lisboa, foi aplicada a medida cautelar menos
gravosa ao ex-presidente do município, bem como aos empresários Avelino
Farinha, líder do grupo de construção AFA, e Custódio Correia, principal
acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia.Na sexta-feira, o Ministério Público tinha pedido prisão preventiva, a medida mais gravosa, para os três arguidos.A Lusa contactou o PSD/Madeira, que não quis comentar a decisão do juiz.A
Polícia Judiciária (PJ) realizou, em 24 de janeiro, cerca de 130 buscas
domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos
Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que
investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica
em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem,
abuso de poderes e tráfico de influência.A PJ deteve nesse dia o então presidente da Câmara do Funchal, que entretanto renunciou ao cargo, e os dois empresários.A
investigação atingiu ainda o então presidente do Governo Regional da
Madeira (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e
acabou por renunciar ao cargo, o que implicou a demissão do executivo.