PS/Madeira critica "incongurência" de partidos que aprovaram Orçamento Regional/2024
22 de jul. de 2024, 10:54
— Lusa/AO Online
“Não entendeu
o PSD, mas também não entendeu o CDS, o Chega e o PAN, que não
apresentaram qualquer medida de redução dos impostos dos madeirenses e
porto-santenses”, declarou o também líder parlamentar da bancada
socialista na Assembleia Legislativa da Madeira numa conferência de
imprensa.Naquilo que considerou ser o
“rescaldo” do Orçamento Regional que foi aprovado na passada sexta-feira
com 22 votos a favor do PSD, CDS-PP e PAN, a abstenção de três
deputados do Chega e 21 votos contra do PS, JPP e IL, Cafôfo censurou a
“intransigência” do Governo da Madeira por recusar aplicar o diferencial
de 30% no IVA (Imposto Sobre o Valor Acrescentado) e o IRS (Impostos
Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares).As
propostas de Orçamento, no valor de 2.195 milhões de euros, e de Plano
de Investimentos (PIDDAR), orçado em 877,9 milhões, foram as primeiras
apresentadas por um governo minoritário do PSD e previamente negociadas
com partidos da oposição, no âmbito da elaboração do Programa do
executivo para a legislatura 2024-2028.Para
conseguir viabilizar um programa governativo, o Governo Regional
convidou os partidos com assento parlamentar para consensualizar o
documento. PS e JPP rejeitaram sentar-se à mesa das negociações.O
líder socialista insular argumentou que o CDS-PP, o Chega e a deputada
única do PAN “não apresentaram qualquer proposta em matéria fiscal e
foram completamente incongruentes com aquilo que defenderam durante a
campanha eleitoral”.No seu entender, esta
situação “significa que puseram os seus interesses partidários à frente
dos madeirenses e porto-santenses”, acrescentando que “não se pode
defender uma coisa antes da campanha e depois das eleições defender-se
outra e fazer-se de forma diferente”.“Pergunto
onde é que estava o José Manuel Rodrigues, líder do CDS [também
presidente do parlamento madeirense] que há menos de três meses disse
que ‘está na altura de aliviar a vida das famílias e empresa
madeirenses’”, questionou Cafôfo.O
socialista acrescentou que o líder centrista regional também disse que
“face ao aumento da receita fiscal e à asfixia fiscal que cai sobre os
cidadãos, famílias e empresas da região, em particular sobre a classe
média, está na altura de propor a redução do IVA nos 30%”.Paulo
Cafôfo referiu-se ainda ao líder do Chega/Madeira, Miguel Castro,
mencionando que até desafiou o presidente do Governo Regional (PSD),
Miguel Albuquerque, “a provar que era autonomista, aplicando o
diferencial fiscal no máximo de 30% em todos os impostos” no
arquipélago.“Não apresentaram propostas e votaram obviamente ao lado do PSD” neste Orçamento Regional, vincou.Paulo
Cafôfo reforçou que o PS “vai continuar a trabalhar para que se
continue acima de tudo a beneficiar não os cofres da região, mas os
bolsos dos madeirenses”. “Não podemos
continuar a adiar o futuro, este governo continua a adiar o futuro,
espero que este governo possa durar pouco porque, na nossa perspetiva,
este não é o rumo que a Madeira deve seguir”, afirmou.Apesar
de admitir que o governo madeirense “agora foi viabilizado através da
moção de confiança”, o responsável socialista assegurou que o partido
“vai continuar a lutar por aqueles madeirenses que querem que haja uma
mudança na região (…) que não pode haver se não houver mudança política
na Madeira”.Cafôfo insistiu que a Madeira
deveria, à semelhança do que acontece nos Açores, aplicar o que "está
preconizado na Lei das Finanças das Regiões Autónomas: a baixa nos 30%"
aplicando os valores mínimos nos escalões do IRS e nas três taxas
(reduzida, intermédia e normal) no IVA."Infelizmente,
aqui na Madeira essa não foi opção, apesar de nos últimos anos se terem
batido recordes na arrecadação da receita fiscal e no Orçamento para
2024 prevê-se um aumento da receita fiscal de 4,8% e no imposto que tem
sido a galinha dos ovos de ouro do Governo Regional, que é o IVA, o
governo prevê para este ano um aumento de 9,4%", indicou.