PS favorável a estado de emergência e espera “maioria confortável” na AR
Covid-19
3 de nov. de 2020, 12:07
— Lusa/AO Online
“Acabámos
de transmitir ao Presidente da República que o PS é favorável à
proposta de adoção do estado de emergência, uma proposta que seja
naturalmente limitada às necessidades e que não deixe de garantir as
condições para que o Governo possa conformar medidas de política tendo
em vista o controlo da pandemia”, afirmou José Luís Carneiro, no final
de uma audiência com o Presidente da República.O
dirigente socialista, que esteve em Belém acompanhado pela líder
parlamentar Ana Catarina Mendes, defendeu ainda a proporcionalidades das
futuras medidas a adotar pelo Governo.“O
PS é favorável à adoção de medidas limitadas no tempo, adequadas e
proporcionais às necessidades. Somente assim poderemos salvaguardar
direitos, liberdades e garantias”, considerou.Questionado
como antevê a apreciação da medida pelo parlamento, o deputado disse
que, depois das audiências hoje realizadas pelo Presidente da República,
“é possível vislumbrar uma maioria bastante confortável”.Já
sobre quando espera ver o estado de emergência em vigor, José Luís
Carneiro remeteu a decisão e o ‘timing’ para o Presidente da República.“No
nosso entender, quanto mais célere for a decisão maiores as condições
para que o Governo possa fazer face aos números”, defendeu.Sobre
a duração desse estado de emergência - que o primeiro-ministro admitiu
ter de ser prolongado -, o dirigente socialista considerou que deve
durar “o tempo necessário para garantir o controlo da pandemia e
salvaguardar a saúde”.“É do conhecimento
público que a pandemia tem-se vindo a agravar nas últimas semanas e é
expectável um agravamento bastante significativo nas próximas semanas”,
alertou.O primeiro-ministro propôs ao
Presidente da República que seja decretado o estado de emergência - que
pretende ver renovado por um período alargado - "com natureza
preventiva" para "eliminar dúvidas" sobre a ação do Governo para a
proteção dos cidadãos em relação à pandemia da covid-19 em quatro áreas.As
quatro dimensões em que o executivo pretende um quadro jurídico mais
robusto são as restrições à circulação em determinados períodos do dia
ou de dias de semana, ou, ainda, entre concelhos; a possibilidade de
requisição de meios aos setores privado e social da saúde; a abertura
para a requisição de trabalhadores (seja no público ou no privado),
alterando eventualmente o seu conteúdo funcional, para auxiliarem em
missões consideradas urgentes no combate à pandemia; e a legalidade da
recolhe de temperatura, seja no acesso ao local de trabalho, seja no
acesso a qualquer outro espaço público.Depois de receber o primeiro-ministro, o Presidente da República ouviu hoje os nove partidos com assento parlamentar. O estado de emergência vigorou em Portugal no início desta epidemia, entre 19 de março e 02 de maio.De
acordo com a Constituição, a declaração do estado de emergência pode
determinar a suspensão de alguns dos direitos, liberdades e garantias,
por um prazo máximo de 15 dias, sem prejuízo de eventuais renovações com
o mesmo limite temporal. A sua declaração
no todo ou em parte do território nacional é uma competência do
Presidente da República, mas depende de audição do Governo e de
autorização da Assembleia da República.