PS espera "respostas" de Passos para saber se negociações continuam

Governo

14 de out. de 2015, 17:55 — Lusa/AO online

  Estas duas condições foram colocadas pelo presidente do PS, Carlos César, que frisou que os socialistas "não temem a rutura", depois de o presidente do PSD e primeiro-ministro em exercício, Pedro Passos Coelho, ter admitido a possibilidade de não voltar a reunir-se com o PS para encontrar uma solução de Governo. "Compete ao PSD e ao CDS responderem às questões que o PS lhes colocou em matéria de esclarecimento de assuntos que são essenciais. Compete também ao PSD e ao CDS responderem afirmativamente ou negativamente à carta que lhes enviaremos na sequência da reunião de terça-feira, especificou o ex-presidente do Governo Regional dos Açores. Para Carlos César, no entanto, "se o PSD não quiser esperar" pela carta que em breve lhe será enviada pelo secretário-geral do PS "e se não quiser responder às questões colocadas já anteriormente, então sim há um rutura". "O PS continuará a trabalhar para que haja uma alternativa estável e duradoura", salientou logo a seguir o ex-presidente do Governo Regional dos Açores. Perante os jornalistas, o presidente do PS referiu que o seu partido colocou já à coligação PSD/CDS-PP "um conjunto de perguntas por escrito" - questões essas que serão ainda hoje tornadas públicas. "Questionamos Pedro Passos Coelho sobre uma série de pontos relacionados com a atualização do cenário macroeconómico, sobre as situações orçamental e dos setores económico e financeiro, assim como sobre as contas relativas a medidas que são determinantes no programa de Governo da coligação PSD/CDS, que se entrecruzam com medidas que podem ser adotadas tendo como base o programa do PS. Mas, até hoje, não obtivemos a resposta que desejávamos", advogou o presidente do PS. Carlos César salientou mesmo que, ainda hoje, a titular da pasta das Finanças, Maria Luís Albuquerque, "reconfirmou que não pretende responder às perguntas que o PS lhe colocou". "O PSD tem recusado responder e por alguma razão isso deve estar a acontecer. Em segundo lugar, o PS, pela sua parte, comprometeu-se a entregar por escrito uma carta que o secretário-geral enviará em breve, tornando detalhadas e concretizadas as questões que foram colocadas ao PSD na terça-feira, tendo em vista que seja possível a viabilização de um acordo ou de algum acordo", referiu ainda o presidente do PS. Ora, segundo Carlos César, "se o PSD, por um lado, não quer responder ao pedido que lhe foi feito e, por outro lado, não quer ler essa carta que receberá [de António Costa], então assumirá as responsabilidades pela rutura". "Nós não tememos essa rutura, porque a nossa obrigação é procurar a realização do interesse nacional. E o interesse nacional passa pela existência de um Governo que não prolongue esta austeridade excessiva e que garanta a estabilidade", acrescentou.