PS e PSD aprovam alteração à lei eleitoral autárquica criticada pelos pequenos partidos
23 de jul. de 2020, 17:41
— Lusa/AO Online
Por votação eletrónica, o diploma do PSD foi aprovado por 184 votos a favor, 31 votos contra e 12 abstenções.Os
dois maiores partidos (PS e PSD) votaram a favor, votaram contra BE,
CDS, PAN, Chega, Iniciativa Liberal e a deputada não-inscrita Joacine
Katar Moreira. PCP e PEV abstiveram-se.PS e
PSD propuseram e aprovaram que, em nome da transparência, um candidato
de um grupo de cidadãos, apenas pode concorrer a um dos órgãos
autárquicos (câmara e assembleia municipal), e não a ambos, ou a mais do
que uma assembleia de freguesia.Além
disso, a "denominação dos grupos de cidadãos eleitores não pode
basear-se exclusivamente" num nome de pessoa que seja candidato.Na
sessão de hoje, no parlamento, José Maria Cardoso, do BE, considerou
que estas são “uma novidade absurda”, “contrária à participação” dos
cidadãos e dos pequenos partidos, que podem ter dificuldades em reunir
candidatos para os vários órgãos.“É uma espécie de supremacia das máquinas partidárias”, afirmou.Já
António Filipe, do PCP, na comissão que aprovou a lei na especialidade,
considerou excessivo que se torne uma inelegibilidade um candidato
concorrer a uma câmara ou assembleia municipal, afirmando que a lei já
“resolve” o problema, dado se for eleito para os dois órgãos tem de
optar por um.E Inês Corte Real, do PAN,
acusou PS e PSD de quererem discutir o assunto "a mata cavalos" e de,
com esta proposta, "prejudicar a democracia", o que "só faz crescer o
populismo".Para o Telmo Correia, do
CDS-PP, esta discussão fez-se "a mata democracia", para "dificultar a
vida aos candidatos das listas de cidadãos".Pedro
Delgado Alves, do PS, resumiu que as propostas feitas com o PSD são
"alterações clarificadoras" e justificou que evitar a utilização do nome
do candidato na denominação da candidatura de cidadãos é "evitar a
personalização" ou valorizar uma "ideia mexicanizada em detrimento do
programa político".“Respeitar o eleitor”,
afirmou Delgado Alves hoje na sessão de hoje do parlamento, é o
candidato “dizer a que órgão se candidata”.Emília
Cerqueira, do PSD que justificou as mudanças coo “cirúrgicas”, defendeu
a transparência quanto à não repetição de candidaturas a câmaras e
assembleias municipais para se “saber exatamente quem se elege e por que
se elege”.