PS diz que Governo Regional da coligação continua a fazer nomeações
15 de dez. de 2023, 18:08
— Lusa
“No
decorrer desta semana têm chegado ao conhecimento do PS/Açores inúmeras
queixas e manifestações de indignação de funcionários públicos que
sinalizaram um conjunto de situações de exercício do poder, ao arrepio
de todo e qualquer sentido ético, em especial no período pré-eleitoral
que decorre”, refere Carlos Silva, membro do Secretariado Regional do
PS/Açores, citado num comunicado do partido.Segundo
o socialista, o executivo liderado pelo social-democrata José Manuel
Bolieiro não tem “qualquer pudor em publicar nomeações ou a abertura de
concursos para cargos dirigentes coincidentes com a data da dissolução
da Assembleia Legislativa regional”.De
acordo com o PS, são exemplo destas nomeações “os vários casos que se
podem verificar na BEPA [Bolsa de Emprego Público] - Açores, de
despachos de nomeações para cargos dirigentes em departamentos como os
da Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, da
Secretaria Regional do Ambiente e das Alterações Climáticas, ou da
Secretaria Regional do Mar e das Pescas”.Os
avisos de abertura de concursos para os diretores dos museus da
Graciosa e de Santa Maria, por parte da Secretaria Regional da Educação e
Assuntos Culturais, são também apontados pelo PS.Na
nota, Carlos Silva lembra que nos termos da Constituição “a dissolução
da Assembleia Legislativa regional implica, como devia ser do
conhecimento de todos os governantes, a demissão do Governo”, pelo que
quaisquer decisões, nesta como em outras matérias, “devem cumprir não só
o mandato da lei como um escrupuloso sentido ético de imparcialidade,
rigor e transparência”.“Lamentamos, uma
vez mais, que a ética seja muito apregoada, mas tão pouco praticada pelo
presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, e restantes
governantes, que fazem uso das suas funções para prometer tudo a todos”,
refere Carlos Silva.A agência Lusa tentou, sem sucesso, obter um comentário junto da presidência do executivo açoriano.Na
segunda-feira, Presidente da República anunciou a dissolução da
Assembleia Legislativa dos Açores e marcou eleições regionais
antecipadas para 04 de fevereiro, decisão que obteve parecer favorável
do Conselho de Estado.Antes, em 30 de
novembro, o Presidente da República ouviu os partidos representados no
parlamento açoriano, na sequência do chumbo do orçamento regional para
2024.O executivo açoriano deixou de ter
apoio parlamentar maioritário desde que um dos dois deputados eleitos
pelo Chega se tornou independente e o deputado da Iniciativa Liberal
rompeu com o acordo de incidência parlamentar, em março.O
Governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM manteve um acordo de incidência
parlamentar com o agora deputado único do Chega no parlamento açoriano.