PS defende nomeação de outro primeiro-ministro com atual maioria
Governo/demissão
9 de nov. de 2023, 07:12
— Lusa/AO Online
Esta posição foi
transmitida aos jornalistas pelo presidente do PS, Carlos César, no
Palácio de Belém, em Lisboa, onde o Presidente da República esteve a
ouvir os oito partidos com assento parlamentar para uma eventual
dissolução do parlamento.Segundo Carlos
César, a nomeação de outro primeiro-ministro "é a solução preferencial"
que o PS apresentou ao chefe de Estado, como partido que preza a
estabilidade e o "respeito pelos mandatos que os governos têm e que
resultam da vontade popular"."Não me podem
incluir nesse lote, mas o PS considera que tem soluções que pode
apresentar ao senhor Presidente da República para dirigir um novo
Governo, soluções essas que, em todos os casos, se tratam de pessoas
respeitadas no nosso país, com experiência governativa e com
reconhecimento ou até experiência internacional", acrescentou, sem dar
exemplos e referindo que na reunião de hoje não foi proposto nenhum nome
em concreto ao chefe de Estado.Carlos
César assegurou que, "se essa for a opção do senhor Presidente da
República, esse nome terá de ser previamente aprovado no âmbito da
Comissão Política Nacional do PS", que, observou, "por acaso, mas não
por acaso", vai reunir-se na quinta-feira à noite, "e, portanto, nesse
quadro, tomaria essa decisão, sob proposta do atual secretário-geral",
António Costa.Contra a interrupção da
legislatura e convocação de legislativas antecipadas, o antigo
presidente do Governo Regional dos Açores invocou o contexto
internacional "marcado pela ascensão de um conjunto de riscos" e efeitos
económicos que podem exigir "medidas preventivas e medidas reativas"
por parte do Governo.Por outro lado,
argumentou que a "antecipação do ato eleitoral não garante
necessariamente uma situação de estabilidade política para o futuro".Recusando
revelar o que disse o Presidente da República aos socialistas na
reunião de hoje, o presidente do PS relatou que trocaram argumentos,
"uns são coincidentes, outros podem não ser", explorando "todas as
possibilidades" que o atual quadro oferece.Carlos
César referiu que os socialistas manifestaram perante Marcelo Rebelo de
Sousa a "profunda confiança na sua decisão, em qualquer dos casos",
manifestando-se convictos que, em caso de eleições antecipadas, confiam
na vitória como "reconhecimento de um trabalho feito até agora" e
capacidade de renovação do PS."Portanto,
estamos muito à vontade e muito tranquilos com a decisão que o senhor
Presidente da República tomar, sendo certo que, em normalidade
democrática, a solução adequada é a de procurar estabilidade política
quando, no quadro institucional, essa estabilidade é possível de
salvaguardar sem a ocorrência de uma interrupção da legislatura",
reforçou.Marcelo Rebelo de Sousa comunicou
que "falará ao país imediatamente a seguir à reunião do Conselho de
Estado", que está marcada para quinta-feira às 15:00.António
Costa apresentou a demissão de primeiro-ministro na terça-feira, que o
chefe de Estado aceitou, depois de buscas em vários gabinetes do Governo
realizadas no âmbito de investigações sobre projetos de lítio e
hidrogénio e de o Ministério Público ter anunciado que é alvo de
inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça.