PS defende legado de medidas nos Açores, PSD aponta “falhas na governação”
15 de out. de 2020, 10:54
— Lusa/AO Online
Os representantes da Região
Autónoma trocaram acusações esta tarde na sessão plenária, no período de
declarações políticas, usufruindo assim do direito instituído no
regimento da Assembleia da República que dá a cada deputado o direito a
produzir uma intervenção por cada sessão legislativa, “não
contabilizável nos tempos do seu grupo parlamentar”. Na
primeira intervenção, o deputado António Ventura, do PSD, começou por
criticar a falta de entendimento entre o governo regional e o governo
central sobre uma eventual revisão do acordo da Base das Lajes, na ilha
Terceira, considerando que tal “prejudica o avanço de qualquer
negociação”O deputado acusou ainda o
governo regional de falta de transparência sobre os dados relativos à
descontaminação dos solos e aquíferos da praia da Vitória, também na
ilha Terceira, lamentando ainda que este mês tenha sido anunciada a
Estratégia Nacional para o Mar 21-30 “sem uma única referência ao porto
da Vitória”.Sobre o processo eleitoral que
se aproxima na região, António Ventura considerou “inconcebível” que a
Autoridade Tributária tenha enviado “um email aos açorianos informando
sobre a possibilidade do voto antecipado” numa mensagem assinada pelo
governo regional, isto porque “a relação com o eleitor deve ser da
responsabilidade da CNE [Comissão Nacional de Eleições]”. No
período de esclarecimentos, a deputada do PS Lara Martins acusou os
governos de PSD/CDS de não terem investido na região como o atual
governo regional investiu, com António Ventura a responder que, tendo em
conta os números de pobreza no arquipélago, “algo está a falhar” e a
culpa é “do PS quer cá, quer lá”. Na sua
declaração política, Isabel Rodrigues (PS) insurgiu-se contra
“declarações que procuram iludir os resultados da governação do PS nos
Açores”, elencando um conjunto de medidas aplicadas pelo governo
regional nos últimos anos, como o valor do PIB “mais elevado da
história” da região em 2019 ou os baixos níveis de desemprego mesmo
durante a pandemia. “Na educação, onde há
sempre quem insista em ver a árvore e não a floresta, levamos todas as
crianças à escola, a creche, o ensino pré-escolar publico e a
escolaridade obrigatória do 12º ano a todas as ilhas da região”,
exemplificou a deputada, rematando que “o caminho que falta fazer não
pode apagar o caminho o já percorrido”. O
deputado social-democrata Paulo Moniz acusou ainda a deputada do PS de
“trair permanentemente os açorianos” ao votar “contra a região” no
parlamento e a deputada comunista Alma Rivera sublinhou que “os
açorianos precisam que se cumpra com a palavra dada”, lembrando a
necessidade dos apoios previstos para os trabalhadores da COFACO,
previstos desde o orçamento de 2020.