PS classifica de "desespero eleitoral" declarações de Paulo Rangel sobre 'Brexit'
Europeias
23 de mar. de 2019, 22:35
— Lusa/Ao online
“Só posso interpretar estas declarações de Paulo Rangel como desespero eleitoral. Paulo Rangel é deputado europeu e tem tido oportunidade de acompanhar as posições que Portugal tem assumido nas instituições europeias no que diz respeito ao ‘Brexit’”, disse à agência Lusa Margarida Marques, número quatro na lista do PS às eleições europeias.O Partido Socialista reagia à entrevista à Lusa do cabeça de lista do PSD às eleições europeias, Paulo Rangel, que acusa o Governo de “falhar” na preparação para o ‘Brexit’ e estar “francamente mal” quanto à proteção de cidadãos e empresas e à salvaguarda dos interesses geopolíticos."O ‘Brexit’ em Portugal tem sido muito maltratado. Não podemos falar no ‘Brexit’ sem olharmos para o que o governo português tem feito e há duas dimensões em que acho que estamos francamente mal”, afirmou o eurodeputado, candidato a um terceiro mandato no Parlamento Europeu (PE) nas eleições de 26 de maio.Margarida Marques considerou que “não correspondem à realidade” as declarações feitas por Paulo Rangel, uma vez que Portugal, à semelhança dos restantes Estados-membros da UE, tem feito “aquilo que é necessário” para lidar com a saída do Reino Unido da União Europeia.A socialista referiu também que Paulo Rangel “tem pautado por criticar toda a iniciativa política de Portugal e contribuído procurar desvalorizar a imagem de Portugal na União Europeia em vários momentos”.Margarida Marques sustentou que Portugal procurou, desde início, “defender os cidadãos portugueses residentes no Reino Unido, as empresas portuguesas no Reino Unido e as empresas britânicas em Portugal”.No que diz respeito aos cidadãos, sublinhou que Portugal sempre defendeu que o Reino Unido “tinha de respeitar as liberdades de circulação de bens, serviços e capitais, mas também a livre circulação de pessoas”.Como exemplo, referiu que Portugal aumentou os serviços consulares em cerca de 25% para “responder melhor às necessidades dos cidadãos” e tem acompanhado “muito de perto”, desde 2016, a situação dos portugueses residente no Reino Unido, além de se preocupar também com os britânicos residentes em Portugal.A deputada do PS disse igualmente que o Governo português aprovou em janeiro um plano de contingência para o ‘Brexit’, que “tem fundamentalmente a mesma estrutura” dos outros países da UE para “responder à situação dos cidadãos e empresas”.A ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus afirmou ainda que Portugal “não está minimamente atrasado” no que diz respeito à aprovação do seu plano de contingência, que vai ser votado no próximo dia 27 no parlamento.