PS alega que TAP está em risco de fechar e condena "jogos de caráter regional"
24 de jun. de 2020, 10:23
— Lusa/AO Online
"Não devemos avaliar a principal
transportadora aérea portuguesa como um assunto de menor importância ou
como uma empresa que deva ser objeto de jogos de caráter regional. Nós
estamos perante uma empresa que não parece prescindível do ponto de
vista da projeção do nosso desenvolvimento económico e social", defendeu
Carlos César, em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em
Lisboa.O presidente do PS alegou que sem injeção de dinheiro do Estado a TAP fecha.Em
seguida, fez um apelo para o "envolvimento de todos os partidos,
particularmente daqueles que se invocam como mais responsáveis", para
que apoiem "a posição do Governo, que tem como referência o interesse
nacional e também a orientação aprovada pela União Europeia".Carlos
César falava aos jornalistas após uma reunião com o Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, que entre segunda-feira e hoje
esteve a receber os partidos com assento parlamentar, e abordou este
tema depois de questionado sobre a providência cautelar da Associação
Comercial do Porto para impedir a injeção de dinheiro do Estado na TAP."Algum
partido político, alguma entidade representativa dos empresários
portugueses ou dos empreendedores portugueses tomará a responsabilidade
de fechar a transportadora aérea nacional? É que a TAP vive uma situação
de emergência e ou é resolvida com rapidez ou vamos ter um seríssimo
problema com essa empresa. E, portanto, eu acho que está claramente em
causa a defesa do interesse nacional, do interesse público emergente e
não haverá certamente lugar a interrupções nesse processo", considerou."O
que é importante agora é nos concentrarmos numa solução de boa
negociação com os acionistas privados para que este processo avance
rapidamente. Ou temos um plano estratégico para a TAP e o financiamento
rapidamente para a TAP ou ficamos sem TAP", reforçou.Embora
ressalvando que não falava em nome do Governo, o presidente do PS
sustentou que o executivo "está muito empenhado no diálogo que tem
mantido com os acionistas privados no sentido de dar uma resposta rápida
e com conteúdo estratégico". "A própria
União Europeia já sancionou positivamente esse tipo de envolvimento, por
um lado, disponibilizando um elevadíssimo montante para suprir os
problemas da empresa e da sua capitalização, e por outro lado
responsabilizando a TAP e o Governo português pela elaboração de um
plano estratégico no qual o acionista público deve ter compromisso e
poder de decisão", realçou.Tendo ao seu
lado o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, que também
participou nesta reunião com o chefe de Estado, o presidente do PS fez
uma intervenção inicial focada na pandemia de covid-19, em que procurou
desdramatizar o aumento do número de casos sobretudo na Área
Metropolitana de Lisboa, declarando que "é natural o que está a
acontecer"."Estamos a atravessar uma fase
que, tal como esperávamos, suscita a ocorrência de maior número de casos
de infetados, o que decorre também, não só do desconfinamento, o que é
natural que assim aconteça, mas também da política de verdade que temos
vindo a ter desde o início", sustentou.Carlos
César enquadrou os novos casos como um "recrudescimento que é muito
localizado" e disse que "o desempenho do país em termos globais continua
a ser positivo e gerador de confiança".