PS/Açores vai votar contra Orçamento regional se Governo continuar sem dialogar
10 de nov. de 2024, 17:22
— Lusa
"Aquilo
que vos posso dizer é que até hoje o Governo não quis falar com o
Partido Socialista. Até hoje nós não fomos sequer contactados por este
Governo. É óbvio que se não falarem connosco, não dialogarem, seremos
obrigados a votar contra este Plano e Orçamento. Não obstante, vamos
fazer aquilo que é a nossa obrigação de estarmos disponíveis para o
diálogo para melhorar o Orçamento e a vida dos açorianos", sublinhou
Francisco César.O presidente do PS/Açores
falava, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na sessão de
encerramento do XVI Congresso Regional da JS/Açores que reelegeu Russell
Sousa. Francisco César lembrou que o
PS/Açores apresentou "mais de 11 medidas" para que "o PSD, quem gere a
coligação e o presidente do Governo Regional, negociando connosco,
conversando connosco", incluísse as propostas socialistas."Aquilo
que os partidos políticos devem fazer é dialogar, estender a mão, a bem
da nossa região", defendeu o dirigente socialista açoriano.Mesmo
não se revendo no Orçamento do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), o
PS/Açores considera "importante que nos momentos mais difíceis" e "mais
complicados" para a região "é importante dar um contributo" para
melhorar o Orçamento regional.Além disso,
acrescentou, o PS quer “dialogar para aprovar aquele que é o documento
mais importante que cada Governo tem no final de cada ano"."Nós
gostaríamos que isso fosse feito, mas naturalmente nós não assinamos de
cruz. Nós queremos dialogar para que esse Orçamento seja pelo menos
melhor do que o Orçamento é hoje", insistiu Francisco César.Para
o líder regional do PS, "o Chega é hoje em dia o parceiro escondido" do
Governo Regional PSD/CDS-PP/PPM, alegando que o partido "assina de cruz
tudo aquilo que a coligação de direita "faz e diz".Na
sua intervenção, Francisco César reiterou as críticas à governação
regional, em áreas como a educação, habitação, emprego e aumento da
dívida pública regional que, em três anos e meio de Governo de
coligação, “aumentou em cerca de mil milhões de euros, quase um milhão
por dia”.“Ouvi dizer, até com alguns
ataques pessoais ao Presidente do PS, que eu estava a denegrir a Região
no exterior, como se dizer que este Governo aumentou a dívida pública,
em três anos e meio, em cerca de mil milhões de euros fosse denegrir”,
vincou.Para o presidente do PS/Açores, a
região enfrenta hoje "um enorme problema na gestão das contas públicas",
acusando o executivo de "não pagar a água e luz dos edifícios da
Administração Regional, não pagar o Complemento a doentes oncológicos e a
doentes cardíacos, nem pagar a agricultores e a associações desportivas
e culturais”.“Denegrir a região é o
Governo Regional ser posto em Tribunal por um Banco público por não
cumprir as regras. É saírem relatórios do Tribunal de Contas que dizem
que há compromissos por liquidar e que só até ao final de 2023 são 88
milhões de euros. É haver relatórios do Tribunal de Contas que dizem que
aquilo que o Governo declara que deve não bate certo com aquilo que as
empresas que existem na Região declaram que o Governo lhes deve”,
alertou.Francisco César garantiu que "se for necessário para defender a região, o PS vai denunciar o que for necessário".O Plano e Orçamento dos Açores para 2025 vai ser discutido e votado no final deste mês.