PS/Açores rejeita "liminarmente" modo como áreas marinhas protegidas estão a ser alargadas
21 de mar. de 2023, 18:30
— Lusa
Para
o deputado socialista, que falava em conferência de imprensa, na ilha
do Pico, este é “um processo que está a ser conduzido à pressa, sem ter
em conta os utilizadores do mar e em especial os profissionais da pesca
que serão os principais prejudicados".De
acordo com Mário Tomé, este processo "poderia e deveria ter sido
realizado de uma forma faseada por um período maior, integrando todos os
intervenientes na fileira da pesca e com a elaboração de plano
estruturante que dignificasse e comprometesse os intervenientes no
setor”.O deputado recordou aos jornalistas
que “foi o próprio presidente do Governo dos Açores quem afirmou, no
dia 03 de dezembro de 2021, que o executivo pretendia implementar 30% de
áreas marinhas protegidas na região até 2023, sete anos antes da meta
definida em termos europeus”.Para o
PS/Açores, essa seria uma prova de ousadia da região e seria uma meta
"mais ambiciosa" do que a definida pela União Europeia, que é de 30% até
2030.O parlamentar adiantou ainda que, no
dia 22 de julho do ano passado, o presidente do Governo dos Açores
disse, referindo-se às áreas marinhas a proteger: ‘…será necessário
fazer um trabalho de fiscalização e orientação para os prevaricadores’ e
será garantida ‘compensação’ em eventuais cenários comprovados de
‘perda de rendimento’”.Mário Tomé lembrou
também que as declarações do secretário regional do Mar e Pescas, em 17
de março, na sequência de uma reunião com o presidente da Federação das
Pescas dos Açores, garantiam que a Comissão Europeia estava a ‘tratar
deste assunto’, no sentido de compensar os profissionais da pesca pela
redução das áreas disponíveis para a pesca.“Essa
declaração, já de si é de estranhar, uma vez que, no dia 07 de outubro
de 2022, e após uma audiência do secretário regional do Mar e Pescas com
o Comissário Europeu para o Ambiente, Oceanos e Pescas, não foi feita
qualquer referência ou abordagem às áreas marinhas a proteger e o seu
impacto na pesca nos Açores”, afirma o socialista.Segundo
o deputado, esta posição “foi, de seguida, complementada pelo próprio
secretário regional, afirmando que a região ‘não tem capacidade
financeira para suportar todos os encargos que é necessário atribuir aos
profissionais da pesca, defendendo que sejam criados mecanismos de
compensação europeus’”.Para o PS/Açores,
"é incompreensível que o secretário regional do Mar e Pescas diga,
agora, que a região não tem dinheiro para suportar todos os encargos que
é necessário atribuir aos pescadores, que deixarão de exercer a pesca
nestas áreas a proteger, quando foi o próprio presidente do Governo que
recentemente, afirmou que seria garantida ‘compensação’ em eventuais
cenários comprovados de ‘perda de rendimento’”.