PS/Açores reitera defesa da gestão partilhada do mar
15 de set. de 2018, 18:52
— LUSA/AO online
“O PS/Açores
rejeita qualquer tipo de relação tutelar sobre a região e não pode
aceitar que se utilizem instrumentos regulamentares para interpretar
restritivamente conquistas legislativas no âmbito autonómico, como
acontece particularmente no caso da gestão dos recursos do mar dos
Açores. A gestão de questões comuns implica relações partilhadas, não
concedidas, partilhadas”, avançou. O
dirigente socialista falava no XVII Congresso Regional do PS/Açores,
que decorre até domingo na Praia da Vitória, na ilha Terceira.Apresentando
as linhas gerais da moção de orientação global “Pelos Açores, com os
açorianos”, André Bradford disse que os socialistas açorianos defendem
uma autonomia “mais participada”, que seja “mais coesa no plano interno e
mais forte no plano externo”, “assegurando contra quem for e em que
contexto for que nunca será a soma dos restos da soberania”.“O
PS não busca, não quer, uma autonomia confortável, satisfeita,
contentada e reduzida a interessantes mas inconsequentes
conceptualizações jurídico filosóficas. O PS quer uma autonomia
arrojada, feita de envolvimento, de empenho, de superação”, frisou.Na
Praia da Vitória, onde está instalada a base das Lajes, o
vice-presidente do PS/Açores garantiu que o partido “não vacilará” na
defesa dos interesses da região, no âmbito do Acordo de Cooperação e
Defesa entre Portugal e os Estados Unidos.“Tal
como está a relação de cooperação, o acordo é desequilibrado e não
satisfaz as justas pretensões dos Açores, devendo ser revisto. Ou
equilibramos a relação por via da redução das facilidades concedidas, ou
o Estado português assume na justa medida os custos para a região”,
apontou.André
Bradford defendeu ainda um “novo ciclo de políticas de coesão” e a
implementação de políticas de ”valorização das diferenças territoriais
com base na vocação de cada uma das ilhas”. “Não
é aceitável, é mesmo atentatório do interesse geral, que haja quem se
continue a servir das legítimas aspirações dos açorianos de cada ilha
para criar divisões e fomentar bairrismos”, criticou. O
dirigente socialista sublinhou que a moção de orientação, apresentada
hoje, não se limita a estar preocupada com “o umbigo do partido ou com a
gestão das expetativas mediáticas”, mas centra-se no futuro dos Açores,
sendo um manifesto de “inquietude” e um testemunho de “busca incessante
pelas melhores soluções”.“Com
o desemprego mais baixo dos últimos sete anos e a economia a crescer,
com uma maioria política estável e estando nós sensivelmente a meio da
legislatura, com as várias oposições em processos internos, mais ou
menos visíveis, mais ou menos conturbados, de luta pela liderança, seria
muito mais fácil não nos expormos ao risco, jogarmos pelo seguro,
optando de forma comodista pelo mero reiterar dos nossos princípios e
das nossas políticas. Não foi isso que fez Vasco Cordeiro”, salientou,
referindo-se ao líder regional do partido.