PS/Açores questiona Governo Regional sobre plano para redução dos comportamentos aditivos

5 de dez. de 2024, 10:30 — Lusa/AO Online

Segundo um comunicado do partido, os socialistas consideram que o PRRCAD 2021-2024 “deve ser uma ferramenta essencial” no combate e assume “um papel central na prevenção, no tratamento e na reinserção das pessoas afetadas”.Contudo, para os socialistas açorianos, “persistem dúvidas quanto à eficácia e impacto do plano” no arquipélago. Assim, o PS/Açores solicitou ao Governo Regional, através de requerimento, esclarecimentos sobre as ações realizadas no âmbito dos objetivos estipulados e “informações sobre os indicadores de progresso”.O partido também pediu ao executivo de coligação um relatório atualizado que permita avaliar “o progresso do PRRCAD” na região.O deputado socialista Russell Sousa, citado na nota, considera “crucial que haja transparência na monitorização das medidas inovadoras e que estas sejam ajustadas às especificidades da região”.O parlamentar sublinha que “a luta contra os comportamentos aditivos deve ser uma prioridade absoluta, sobretudo quando os dados revelam uma tendência crescente que afeta particularmente” os jovens.“A saúde pública e o bem-estar das famílias açorianas não podem esperar por respostas tardias ou insuficientes. Os números são alarmantes e mostram uma realidade que precisa de respostas urgentes, mas não basta gastar dinheiro, é preciso fazer diferente”, acrescenta.Russell Sousa reafirma também o compromisso do PS/Açores com o combate às dependências e apela ao Governo Regional que reforce a atuação neste domínio.“Este é um tema que devia unir-nos, em vez de nos separar, porque só com uma resposta política sólida e coletiva alcançaremos resultados”, salienta.O deputado socialista expressa ainda a “profunda preocupação” do partido com o agravamento dos comportamentos aditivos na região, destacando a gravidade da situação especialmente entre os jovens, com base nos resultados do inquérito aos participantes no Dia da Defesa Nacional - Comportamentos Aditivos aos 18 anos.Segundo o relatório, os Açores “apresentam prevalências alarmantes no consumo de drogas ilícitas (à exceção da canábis) e no uso de tranquilizantes e sedativos sem prescrição médica, ultrapassando significativamente a média nacional”.“Nos Açores, o consumo de drogas ilícitas é duas a três vezes superior à média nacional. Substâncias como cocaína, heroína e novas drogas psicoativas estão a aumentar entre os jovens e o consumo de tranquilizantes sem receita médica atinge 9%, o valor mais alto do país”, salienta Russell Sousa.Os problemas com o álcool “também são graves”, de acordo com o parlamentar.“Cerca de 36% dos jovens relatam dificuldades associadas ao consumo, o maior valor nacional, e as consequências refletem-se nas famílias, nas escolas e na saúde emocional dos jovens”, refere.Russell Sousa demonstra ainda a preocupação do PS/Açores com a dependência digital, indicando que “quase 20% dos jovens passam mais de seis horas diárias em redes sociais”.“É o valor mais alto do país, o impacto sente-se no rendimento escolar, na saúde mental e nas relações sociais”, acrescenta.