PS/Açores quer integração de trabalhadores de empresas públicas extintas
5 de jan. de 2021, 11:43
— Lusa/AO Online
A parlamentar está
“preocupada com os despedimentos admitidos pelo Governo dos Açores,
através do secretário regional do Ambiente e Alterações Climáticas,
depois da reunião na Azorina”, afirma, citada em nota de imprensa.Nesse
sentido, o grupo parlamentar socialista vai avançar com “uma proposta
que impeça despedimentos nas empresas do setor público empresarial que o
Governo pretende extinguir”.O governante
Alonso Miguel tinha afirmado segunda-feira aos jornalistas que "não
haverá alteração de vínculos. Quem está nos quadros da Azorina ficará
nos quadros da tutela. Em relação aos restantes vínculos laborais, terá
de ser feita uma reavaliação das necessidades permanentes dos serviços
e, dessa análise, verificar-se-á se serão integrados ou não”.A
Azorina, que gere os centros ambientais e de interpretação dos Açores,
tem 206 colaboradores, metade dos quais em regime precário.Segundo
o secretário regional, a decisão de extinguir a Azorina prende-se com a
necessidade de garantir "critérios de eficiência e de rigor na gestão
dos recursos públicos", recordando que, no caso desta empresa pública,
existe uma "clara duplicação de recursos e de competências".Ana
Luís mostrou “preocupação” em relação às declarações do centrista
Alonso Miguel, que “não assegurou a integração de todos os trabalhadores
da empresa pública”.A ex-presidente do
parlamento açoriano teme que “com este Governo, extinção seja igual a
despedimentos” e pede ao executivo de coligação entre PSD, CDS-PP e PPM
que siga o exemplo do “Governo do Partido Socialista que, por exemplo,
quando extinguiu a SPRHI (Sociedade de Promoção e Reabilitação de
Habitação e Infraestruturas) garantiu a integração laboral dos seus
colaboradores”.Os trabalhadores da
Azorina, que gerem os vários centros de interpretação dos Açores,
queixam-se de não terem sido ouvidos pela tutela e já manifestaram o seu
desagrado junto da Câmara Municipal da Horta.Alonso Miguel diz que os
trabalhadores "têm o direito de se organizarem e de pedirem os
esclarecimentos que entenderem", mas lembrou que, em devido tempo, deu
conta da intenção do Governo de extinguir a Azorina, bem como a Sinaga e
a SDEA - Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores.O
Programa do XIII Governo dos Açores defende que o Sector Público
Empresarial Regional (SPER) tem tido "má gestão" e merecerá uma "nova
estratégia", que passará pela sua "racionalização"."Uma
nova estratégia política para o sector público empresarial regional
deve assentar numa clara racionalização deste sector, com a redução da
sua dimensão ou expressão, nomeadamente através da alienação das
participações sociais detidas pela região ou da extinção de empresas
que, pela sua natureza ou função, não devam estar integradas num sector
empresarial regional", refere-se no programa.O
Bloco de Esquerda também já pediu a integração destes trabalhadores com
contrato a termo, assim como dos que se encontram ao abrigo de
programas ocupacionais, num requerimento enviado ao parlamento dos
Açores, na passada terça-feira.