PS/Açores quer grupo de trabalho para acompanhar execução de fundos europeus
PRR
12 de mai. de 2021, 16:11
— Lusa/AO Online
Esse
grupo seria “composto por deputados de todos os partidos representados”
e teria como objetivo “elaborar relatórios trimestrais do trabalho
realizado, além de um relatório final até ao fim da legislatura, que
garanta a divulgação pública da execução dos fundos comunitários, em
tempo real, e que envolva os açorianos no processo de decisão política”,
adiantou o deputado regional Carlos Silva.A
intenção é “assegurar que o parlamento açoriano acompanha e fiscaliza
em tempo útil a aplicação dos fundos comunitários”, envolvendo “o
Governo [Regional], envolvendo o parlamento regional e os parceiros
sociais neste grupo de trabalho”, concretizou o parlamentar, que falava
numa conferência de imprensa de apresentação da medida.O
projeto de resolução socialista dará entrada brevemente no parlamento
açoriano, já que o partido tem “interesse em iniciar rapidamente os
trabalhos, caso a proposta seja aprovada”.Carlos
Silva referiu que os Açores irão receber um “valor recorde de fundos
comunitários, de montante superior a 3,2 mil milhões de euros,
resultantes, quer do quadro financeiro plurianual, quer do mecanismo de
Recuperação e Resiliência, entre outros fundos” de 2021 a 2027.Para
o deputado, essas verbas, que são “praticamente o dobro” do que foi
alocado à região no quadro anterior e assumem grande “importância para
as famílias e empresas açorianas”.O
socialista destacou que está em causa “investimento em áreas como a
saúde”, como “o hospital digital, a educação – o projeto de educação
digital –, infraestruturas, energias renováveis, na recapitalização das
empresas, na manutenção de emprego que cada vez é mais urgente, e isso,
claro, sem descurar os setores mais tradicionais como a agricultura e as
pescas”.“Temos uma oportunidade histórica
e o período excecional em que vivemos, marcado pela pandemia e crise
económica e social, exige ainda mais rigor e mais transparência na
execução dos recursos públicos, através do acompanhamento e fiscalização
do parlamento regional”, defendeu.O
parlamentar lembrou ainda os alertas feitos por “entidades nacionais e
internacionais a apelar a uma maior fiscalização e uma maior exigência
sobre a ação governativa e sobre a utilização dos fundos europeus”, como
foi o caso da presidente da Comissão Europeia, de presidente do
parlamento regional e de “organismos como Polícia Judiciária, o Tribunal
de Contas nacional e europeu”.A 22 de
abril, dia em que foi aprovado o Plano e Orçamento da região, o
presidente do Governo Regional pediu aos deputados que fossem
"parceiros" na "monitorização" e na "execução" do Plano de Recuperação e
Resiliência (PRR) na região, "sob a forma regimental que considerem
mais adequada"."Esta parceria é para nós
fundamental, porque estamos a tratar de questões estruturantes para os
Açores, pelo que importa serem de consenso o mais alargado possível",
assinalou José Manuel Bolieiro.O líder do
executivo regional já tinha anunciado também, a 10 de março, a criação
de uma comissão de acompanhamento da execução do PRR, em que o Governo
Regional contaria com a participação do poder local."No
modelo de governança, é nossa intenção a criação de uma comissão de
acompanhamento da execução do PRR e incluir o poder local. É fundamental
ter o acompanhamento vigilante, crítico, sugestivo, dos vários
parceiros e, obviamente, não podíamos dispensar o poder local", declarou
então o social-democrata.As primeiras verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devem chegar à região antes do verão.Portugal foi o primeiro Estado-membro da União Europeia a submeter a versão final do PRR.O
documento prevê projetos de 16,6 mil milhões de euros, dos quais 13,9
mil milhões de euros dizem respeito a subvenções a fundo perdido. O
Governo diz ter ainda "em aberto" a possibilidade de recorrer a um valor
adicional de 2.300 milhões de euros em empréstimos.