PS/Açores quer dados sobre reiterado fretamento de aeronaves pela Azores Airlines
19 de jul. de 2024, 15:34
— Lusa/AO Online
"O PS
solicitou cópia dos contratos de todos os ACMI desde 2021, eventuais
alterações e/ou adendas, cópia das atas das reuniões do conselho de
administração do grupo SATA em que se decidiu avançar para esses
fretamentos e das comunicações à Comissão Europeia sobre a
contratações", refere o PS/Açores em comunicado.Citada
na nota, a vice-presidente do grupo parlamentar do PS/Açores no
parlamento regional, Andreia Cardoso, manifesta a preocupação Socialista
com "os impactos financeiros que o reiterado" fretamento de aeronaves
com tripulações "terão nas contas" da Azores Airlines (responsável pelas
ligações de e para fora do arquipélago, do Grupo SATA).A
deputada do PS atribuiu este “recurso persistente” da SATA/Azores
Airlines a ACMI, em parte às “sucessivas avarias dos seus aviões”, mas
também porque a companhia “está a operar rotas que não se sabe se são
rentáveis", daí o recurso ao fretamento de "aviões externos e
tripulações”.A parlamentar atribuiu este
“recurso persistente” da SATA/Azores Airlines a ACMI, em parte às
“sucessivas avarias dos seus aviões”, mas também porque a companhia está
a operar rotas que não os socialistas desconhecem “se são rentáveis,
considerando que têm de ser fretados aviões externos, com as respetivas
tripulações”.O grupo parlamentar do
PS/Açores pretende saber os “incumprimentos que isso significa
relativamente ao Plano de Reestruturação do Grupo SATA”, negociado pelo
Governo Regional com a Comissão Europeia.O
PS quer também conhecer uma estimativa dos custos mensais e anuais de
todos os ACMI, desde 2021, com estimativa para o ano 2024 e anos
seguintes e eventuais estudos de rentabilidade das rotas servidas por
ACMI.A vice-presidente do grupo
parlamentar do PS aponta que o Grupo SATA tem feito uma “utilização
excessiva de ACMI”, o que “indicia possíveis falhas no planeamento e na
gestão da frota” e levanta “preocupações sobre a eficiência operacional
da Azores Airlines”.Andreia Cardoso
recorda que o Plano de Reestruturação do Grupo SATA acordado com a
Comissão Europeia e negociado pelo Governo Regional dos Açores, enquanto
acionista, prevê, como condição para uma “gestão eficiente e contenção
de gastos”, em concreto a limitação do fretamento de aeronaves, sob a
forma de ACMI, o que “não está a ser cumprido”.“A
correta implementação do Plano de Reestruturação é crucial para
assegurar a viabilidade do Grupo SATA e evitar possíveis sanções por
parte da Comissão Europeia. Os factos demonstram o incumprimento cabal,
por parte da SATA, daquilo que está acordado com a Comissão Europeia. O
Governo Regional dos Açores, o acionista único da companhia aérea, tem a
obrigação de assegurar a transparência e a boa gestão dos recursos
públicos, especialmente em entidades de relevância estratégica para a
Região, como é o caso do Grupo SATA”, vinca.A 02 de maio, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) cancelou o concurso
de privatização da companhia aérea Azores Airlines, anunciando a
intenção de lançar um novo procedimento.O executivo alegou que a companhia estava avaliada em seis milhões de euros no início do processo e vale agora 20 milhões.Em
junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa
para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de
euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma
reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de
controlo (51%).